A Enfil, empresa especializada em soluções de controle ambiental por meio da implementação de projetos e fornecimento de sistemas turnkey ou em EPC, está intensificando sua atuação no setor privado industrial. A empresa tem extenso porftólio de tecnologias de tratamento de água, efluentes, resíduos e de controle de poluição atmosférica.

A estratégia tem relação com o fim do período de recuperação judicial pelo qual a Enfil passou de 2018 até setembro de 2023, conforme explica o gerente comercial Aguinaldo Segatti. Isso porque, seguindo a legislação existente para empresas em recuperação, a empresa nessa fase apenas pôde participar de concorrências no setor público.

A restrição, porém, aumentou consideravelmente os fornecimentos em saneamento básico, em companhias públicas. De acordo com Segatti, atualmente o setor público passou a ter 95% de participação na carteira de projetos. “Saímos de um total de R$ 200 milhões em saneamento público, registrados em 2018, para R$ 1,15 bilhão em projetos na área”, diz.

Mas com a liberação para participar novamente no setor privado, principalmente na indústria pesada, onde tradicionalmente a empresa fundada em 1994 atuava, a ideia é voltar a contrabalançar os fornecimentos.

Estão na mira da equipe comercial obras em papel e celulose, siderurgia, mineração e química e petroquímica, incluindo aí também o mercado de refinarias de petróleo, cuja promessa é de retomada de projetos na Petrobras. A estatal anunciou no fim de 2023 a intenção de investir US$ 17 bilhões nos próximos anos em projetos da cadeia de refino de diesel e para produção de combustíveis de baixo carbono. Esses investimentos demandarão obras em novas estações de tratamento de efluentes, muito provavelmente com reúso, já que o refino necessita de grandes volumes de água (1 litro para cada litro de óleo).

A Enfil, segundo Segatti, atua principalmente com soluções tecnológicas mais específicas, com maior valor agregado. Uma aposta mais imediata na retomada do setor privado é no setor de papel e celulose, por exemplo com a instalação de sistemas aeróbicos de baixa carga e alta remoção de DBO e DQO, o chamado LLAS (do inglês low load activated sludge). Um sistema desse tipo foi instalado pouco antes da recuperação judicial em unidade da Klabin, no Paraná (projeto Puma), com vazão de 5900 m3/h.

A expectativa com o setor de papel e celulose é por conta do pipeline de vários investimentos previstos no país. A chilena Arauco, por exemplo, tem o projeto Sucuriú, de unidade de celulose de eucalipto no Mato Grosso do Sul, com previsão de entrar em operação até 2028 e cujas obras devem envolver US$ 3 bilhões para chegar a uma capacidade de 2,5 milhões de t/ano e que deve ser ampliado até 2032.

Em um outro projeto, a Enfil já venceu licitação, nesse no Paraguai, da empresa Paracel, de celulose, e que deve ser divulgado os detalhes da construção até o fim do ano. Também está no radar a possível duplicação do projeto Eldorado Celulose, em atraso em razão de disputa judicial entre os grupos J&F e Paper Excellence.

A Enfil também aposta, no caso de projetos de reúso, no domínio que a empresa já tem de instalação de sistemas de membranas, principalmente as de ultrafiltração. De acordo com Segatti, para facilitar o aumento na participação desse mercado, a empresa desenvolveu sistemas intercambiáveis, ou seja, que podem utilizar membranas de fornecedores concorrentes no momento da reposição.



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