102 milhões de brasileiros vivem diariamente algum tipo de privação de saneamento básico no Brasil. Metade da população ainda sofre com abastecimento de água, coleta de esgoto, problemas para armazenagem de água potável ou simplesmente com a falta de banheiros. Os dados são de um estudo realizado pelo Pnad - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, junto com o Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria Ex Ante e com o Cebds - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.

Um dos pontos mais graves dentre todos listados pelo estudo é que 23 em cada 100 domicílios no Brasil não recebem água potável diariamente, praticamente 17 milhões de moradias, um número próximo a 50 milhões de pessoas.

Pernambuco, por exemplo, possui 65% da população com privação de fornecimento de água diário. Junto com a falta de água, outro problema grave é a falta de reservatórios para armazenamento de água nos domicílios. 31 milhões de brasileiros não têm como armazenar água onde moram. Para Fernando Silva, CEO da PWTech, startup de purificação e filtragem de água, os dados são preocupantes visto que reforçam a construção de polos urbanos em regiões pouco desenvolvidas, ampliando o risco de doenças por veiculação hídrica.

Dos 69,706 milhões de pessoas sem acesso aos serviços de coleta de esgoto, 27% estavam abaixo da linha de pobreza em 2022 (renda mensal de até R$ 417,45). Além disso, do total de moradias nessa situação, 62,7% estão em centros urbanos e 37,3% em áreas rurais.

O estudo do Instituto Trata Brasil revela que 42,7% das residências com privação de acesso à coleta de esgoto estão no Nordeste. No Piauí, por exemplo, 83% da população não está conectada a uma rede de coleta. A questão do armazenamento de água potável em regiões rurais ou mais afastadas dos grandes centros é ainda mais precária. “Estamos falando, em sua maioria, de assentamentos precários. Uma terra inicialmente invadida, que não obteve o recurso financeiro necessário e até mesmo o tempo ideal, para se desenvolver com os recursos básicos necessários, acompanhando o crescimento populacional, por isso o déficit de infraestrutura é tão desproporcional em certas regiões”, finaliza o CEO da PWTech.



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