Vai ser construída em Joinville, SC, durante 2024, uma estação de tratamento de esgotos que terá no polimento final do descarte a tecnologia de biorreator a membranas (MBR), para garantir água de padrão elevado para descarte e reúso.

A obra é para a ETE Vila Nova, da CAJ - Companhia Águas de Joinville, com capacidade inicial para tratar 90 L/s, mas já concebida para receber ampliação para 180 L/s. A responsável pelo projeto é a Kemia Tratamento de Efluentes, de Chapecó, SC, que originalmente foi a segunda colocada em licitação realizada em 2021. Como a vencedora, em 2022, não avançou no projeto por questões contratuais, a Kemia foi convocada para assumir o empreendimento.

Segundo o diretor técnico da Kemia, Ricardo Leidens (foto), originalmente o projeto não contemplava o MBR, que no caso será fornecido pela norte-americana DuPont, em tecnologia de membranas de fibra oca submersas em tanque biológico.

O termo de referência da concorrência, na verdade, exigia rota com pré-tratamento, lodos ativados como sistema biológico, decantador secundário e tratamento físico-químico para polimento dos parâmetros de descarte, que precisavam ser elevados, já que a 10 km a jusante a CAJ realiza captação no rio de água de abastecimento.

“Sugerimos a substituição do decantador secundário e do físico-químico pelo MBR, o que foi aceito. Isso porque o investimento do MBR mais o custo operacional mais baixo, com a operação a cargo da Kemia por um ano e meio, compensa para a companhia”, explica.

A estação completa, em fase de licenciamento ambiental, tem pré-tratamento com peneiras, canal de desaneração e raspador de gordura, com canal com centro de separação de areia por air lift. Daí avança para o tratamento biológico, secundário, formado por reator pré-anóxico e reator aeróbico e pós-anóxico, para remoção basicamente de carga e nitrogênio. Após isso, segue para o MBR.

De acordo com Leidens, a água de saída terá qualidade bastante elevada para o corpo receptor e possibilidade de reúso para a estação, que terá redes internas hidráulicas com vários pontos de reúso ao longo da planta. “Além disso, terá tanque de armazenamento de água de reúso, para que a companhia tanto a utilize para rega de jardim, fertirrigação e limpezas, como para distribuição para outros usos via caminhão pipa”, disse.

No momento, o projeto aguarda licenciamento ambiental, o que deve sair em algumas semanas. A obra já conta com alvará de construção e com terraplenagem executada. Ao ter a licença, o estipulado pela concorrência é a obra ser executada em dez meses.

No futuro, o projeto também pode permitir que a CAJ tenha ganhos comerciais com a água de reúso, caso decida por exemplo acrescentar mais uma etapa ao tratamento, como a desmineralização da água por osmose reversa, para permitir o uso em indústrias locais em demandas de produção de vapor ou de resfriamento.



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