A O2eco Tecnologia Ambiental, sediada em São José dos Campos, SP, está apresentando ao mercado uma nova tecnologia para redução da poluição da água. Desenvolvida na Austrália, com patente em cerca de 15 países, a solução consiste em uma placa de parafina com alta carga de oligoelementos e nanominerais que, quando imersa no corpo hídrico, funciona como um bioestimulador natural de bactérias que consomem materiais orgânicos e inorgânicos, acelerando o processo de regeneração do meio a ser tratado.

O material usado para a fabricação da placa, uma resina inerte derivada do petróleo (hidrocarboneto), tem elementos que a tornam ideal para a criação de biofilme ao redor. E os nanominerais fazem com que as bactérias cresçam de forma exponencial. Dessa forma, é possível acelerar o processo natural de biodigestão em mais de 1000 vezes no mesmo tempo.

Segundo Luís Fernando Magalhães (foto), diretor executivo e cofundador da O2eco, a solução proporciona redução de DBO – demanda bioquímica de oxigênio, óleos e graxas e de 30% nos custos operacionais, uma vez que não requer produtos químicos nem a adição de bactérias exógenas – o processo aproveita os próprios microrganismos presentes no local. Por isso, não é preciso ter um funcionário para reposição diária dos produtos químicos ou biológicos, como ocorre nos tratamentos convencionais. A turbidez da água também melhora de forma significativa.

Oferecidas em dois modelos, de 1 kg (cerca de 21 x 30 cm), com cobertura em áreas de 100 m2, e de 5 kg (53 x 75 cm) para 500 m2, as placas podem ser aplicadas em mananciais, lagoas, estações de tratamento de água, tanques de aquacultura e até mesmo em rios, sempre presas ao leito e com boias sinalizadoras. A Sabesp instalou 35 módulos de 1 kg em um trecho de 2 quilômetros para redução de cianobactérias, algas e lodo do Rio Embu-Guaçu, SP, o que resultou em economia de mais de 30% nos custos com produtos químicos. “Os resultados foram tão positivos que há estudos para adoção da solução na despoluição dos rios Tietê e Pinheiros”, afirma o executivo. A Sanepar, do Paraná, também está avaliando a tecnologia, com a visita dos técnicos a São Paulo para conhecer a experiência da Sabesp.

A empresa também atende empresas do setor industrial, como mineradoras e laticínios. A solução é mais voltada para o tratamento de água, mas, no caso de ETEs, pode ser usada para o polimento do efluente tratado.

Fundada em 2018, a O2eco já recebeu diversos prêmios ambientais, como da Sanepar, Sabesp e Ambev. Recentemente, foi uma das 15 startups escolhidas pelo programa Sanepar Startups, classificadas para a próxima fase de seleção dos projetos que receberam apoio técnico e financeiro para serem desenvolvidos.

Todo o projeto e implantação são realizados pela O2eco junto com o cliente. “Precisamos entender suas demandas e analisar uma série de parâmetros”, diz. As placas são importadas diretamente da Austrália, mas a startup tem a licença para produção no Brasil. “Temos estoque local de mais de 3 toneladas e, se for preciso, podemos trazer os produtos rapidamente em menos de 20 dias e abastecer o mercado a tempo de colocar uma obra em operação”, garante.



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