O grafeno, um dos materiais mais pesquisados do mundo por suas propriedades físicas, como alta resistência mecânica, leveza, maleabilidade e alta condutividade térmica e elétrica, acaba de ganhar a primeira norma brasileira. O objetivo é caracterizar os diferentes produtos que compõem a classe de materiais que recebem o nome grafeno, contribuindo assim, para o desenvolvimento de novas tecnologias, com grande impacto em diversos setores da indústria.

“Um dos principais desafios do grafeno está na sua aplicação. Por ser um nanomaterial, ainda há dificuldade em transformá-lo em aditivos e produtos de fácil aplicação na indústria. E parte desse desafio existe pela falta de normas e padrões desde a sua nomenclatura até práticas de manipulação e manuseio. A indústria e academia, por intermédio da ABNT, têm buscado normalizar toda a cadeia deste material com urgência, para apoiar no seu consumo e desenvolvimento de novos ingredientes e produtos”, explica Alexandre de Toledo Corrêa, Diretor Executivo da Gerdau Graphene, uma das empresas envolvidas no desenvolvimento da Norma e coordenador da Comissão de Estudo Especial de Nanotecnologia (ABNT/CEE-089) responsável pela publicação da norma.

Atualmente o Brasil é o terceiro maior fornecedor mundial do mineral grafita e possui a segunda maior reserva mundial desse material, que é a principal matéria-prima para o grafeno, de acordo com dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Estima-se que esse mercado movimentará, em cinco anos, mais US$ 3 bilhões.

O grafeno é um nanomaterial composto de carbono que, por suas propriedades, tem atraído a indústria para utilização e criação de uma nova classe de materiais, com potencial de revolucionar o uso não só com novos materiais, mas para produtos já consagrados como tintas, cimento e concreto, embalagens, artefatos plásticos e lubrificantes. “Importante ressaltar que o grafeno também é peça fundamental na revolução tecnológica em mercados como o de energia, possibilitando novas tecnologias mais sustentáveis para baterias, por exemplo”, explica Valdirene Sullas Teixeira Peressinotto, Head de P&D da Gerdau Graphene e membro da Comissão de Estudo Especial de Nanotecnologia (ABNT/CEE-089).

Segundo ela, a publicação da norma é o primeiro passo para a adoção do material na indústria e para que comece a ocorrer a migração de concentração do conhecimento da academia para a indústria. “O tamanho do mercado global de grafeno foi avaliado em US$ 620 milhões em 2020 e está projetado para atingir US$ 1,4 bilhão até 2025. As projeções refletem o amadurecimento tecnológico apoiado pelas primeiras normas e pelo aumento da demanda por grafeno, globalmente em várias aplicações industriais”, revela.

A norma brasileira é uma adoção idêntica da publicação internacional, a qual foi elaborada com a colaboração de mais de 30 países, incluindo o Brasil, dentro do ISO/TC 229 -- Nanotechnologies. A norma ABNT ISO/TS 21356-1, que de fato é uma especificação técnica, trata da caracterização estrutural do grafeno na forma particulada e dispersões. Ela apresenta definições e protocolos para determinação de número de camadas, dimensões laterais dos flocos, alinhamento entre camadas, nível de desordem e área específica do pó contendo grafeno.



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