Há quatro meses, a Sanor assumiu os serviços de água e esgotamento sanitário de Orlândia, SP, e desde essa data, já investiu R$ 34 milhões dos R$ 43 milhões inicialmente previstos para o primeiro ano de atuação.

Um dos principais desafios, neste primeiro ano, é a adequação e modernização do sistema de abastecimento da cidade. O contrato de concessão prevê a universalização dos serviços de saneamento nos seis primeiros anos de atuação da Sanor e todas as ações estão sendo feitas para adequar o sistema.

O combate às perdas de água é outro desafio. Além de ser uma obrigação contratual, fiscalizada pela municipalidade e pela agência que regula a prestação dos serviços, a ARES-PCJ, essa atividade é uma ação socioambiental importante, que contribui na exploração dos mananciais de forma racional e na redução de gastos de produtos químicos e de energia elétrica, resultando em um sistema mais eficiente e sustentável.

Para identificar como o sistema estava operando e quais as discrepâncias entre a capacidade de produção e o que estava sendo entregue, especialistas estudaram com profundidade e identificaram, inclusive, os principais fatores que provocam as constantes falta de água na cidade.

Também foi feito um inventário dos equipamentos e ativos do DAE - Departamento de Água e Esgoto, perícia técnica de todo o sistema, georreferenciamento da rede de água e esgoto, aferição de vazão dos poços, início do recadastramento comercial e projetos estruturais visando a recuperação emergencial da ETA - Estação de Tratamento de Água e de cinco principais reservatórios.

Esse levantamento auxiliou na definição do plano de ação dos primeiros 180 dias, incluindo as medidas emergenciais a serem tomadas para aumentar a oferta de água nos meses mais quentes e secos do ano que, em Orlândia, vai de agosto a outubro.

Além da manutenção realizada em todos os equipamentos, a Sanor efetuou aquisições de outros necessários para o dia a dia da operação, destacando  um novo e completo laboratório de análises físico-químicas, veículos elétricos para suporte operacional, equipamentos importados da Alemanha para detecção de vazamentos, conjuntos motobomba reserva para sete poços e equipamentos de trabalho de médio porte, como marteletes, compactadores de valas e rompedores, entre outros. Só em equipamentos, foram investidos, durante os 120 dias de atuação da Sanor, mais de R$ 800 mil. “Aumentamos o número dessas equipes, antes uma, para quatro. Com o aumento no efetivo, conseguimos agilizar as ações desse serviço à população”, afirma Guilherme Dias, diretor-presidente da Sanor.

O investimento em recursos humanos também faz parte do plano de melhorias da empresa. Novas vagas foram criadas, gerando 35 empregos diretos (desses, 32 da cidade de Orlândia) e 180 indiretos. A capacitação contínua dos colaboradores faz parte do planejamento estratégico e diversos treinamentos já foram realizados.

Nos quatro meses de atuação, a Sanor realizou mais de 4 mil atendimentos à população. Desse montante, 3800 foram presenciais, na loja da empresa, localizada na região central da cidade.

A Sanor realizou diversas ações que já refletiram na melhoria do serviço prestado. Na ETE - estação de tratamento de esgoto, houve a remoção de mais de 62% de DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio, que é a quantidade de oxigênio consumida por microrganismos presentes em determinada amostra de um efluente, como por exemplo, o esgoto doméstico e o industrial. A meta prevista era eliminar 60% da DBO a partir do terceiro ano – índice já atingido no primeiro mês de operação – e chegar a 85% a partir do 7º ano.

Na Estação de Tratamento de Água, construída na década de 1950, foram feitos ensaios e análises para verificar sua capacidade e eficiência. “Precisávamos confirmar se ela estava operando de acordo com a Portaria 888/21, do Ministério da Saúde, que diz respeito à potabilidade da água”, comenta Dias. Ele destaca ainda outra antecipação dos investimentos contratualmente previstos, que será o início e operação da nova ETA, com captação subterrânea. Também foram feitas correções na dosagem de produtos químicos e no fluxo de tratamento, incrementando a capacidade de tratamento de água da ETA em mais de meio milhão de litros de água por dia.

Além de já ter implantado o monitoramento e vigilância em circuito fechado de TV de todas as áreas operacionais, a Sanor já iniciou a automação de 100% do sistema de abastecimento da cidade. Todos funcionarão de forma 100% autônoma, monitorados por meio de um Centro de Controle Operacional (CCO) com adoção de tecnologia de ponta SIGA (Sistema Integrado de Gestão de Abastecimento).

A Sanor também está implantando os dispositivos de manutenção preventiva nos equipamentos eletromecânicos. Esses dispositivos emitem dados como vibrações, temperatura dos equipamentos e desperdícios de energia, entre outras. Os dados, analisados por inteligência artificial, permitem prever quebras e antecipar problemas, reduzindo assim as interrupções no abastecimento para manutenções corretivas, que são mais caras e demoradas do que as preventivas. “Estamos trazendo essa tecnologia que é de última geração e inédita para a operação e que proporcionará um benefício enorme, já que antecipará problemas e nos permitirá agir preventivamente, antes que as quebras aconteçam, reduzindo o tempo gasto em manutenção corretiva”, afirma o diretor.



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