Uma bomba dosadora hidromotriz, que opera exclusivamente sob a força da água, sem eletricidade, está sendo utilizada em áreas rurais e remotas, afastadas da rede elétrica, principalmente para dosar oxidante para potabilização de água.

O sistema é batizado como “dosadores volumétricos e proporcionais”, visto que seu conceito é de fornecer uma dose de solução química (pode ser aplicada para outras funções, por exemplo para injetar polímeros) proporcional ao caudal da água, quaisquer que sejam as variações de fluxo e pressão.

Desenvolvimento da francesa Dosatron, a tecnologia já está disponível no Brasil e foi implementada no segundo semestre do ano passado no povoado Jurema, em Tavares, no sertão da Paraíba, a 395 km da capital João Pessoa, em um projeto que contou com a cooperação do governo paraibano e da companhia estadual de saneamento, a Cagepa.

O projeto na comunidade de 240 famílias, com consumo de 50 mil litros por dia, permitiu a potabilização de água de açude a 5 km do povoado, com uso de dois dosadores que permitem a desinfecção com hipoclorito de sódio de 16 mil litros de água por hora.

Com o sistema, o tanque de armazenamento de 50 mil litros é preenchido em cerca de três horas, conforme revelou o diretor comercial para América do Sul da Dosatron, François Pequerul, durante apresentação na Fenasan 2022, nesta terça feira, dia 13.

“Foi um projeto muito bonito que ajudou na meta que a Cagepa tem na Paraíba de levar água a comunidades mais distantes”, disse.

Segundo Pequerul, a ideia é replicar a experiência em outras localidades não só na Paraíba, mas em outras regiões do Brasil.

Como funciona     

A bomba hidromotriz é composta por cinco elementos principais: um pistão-motor, quatro válvulas que abrem ou fecham conforme necessário, um  êmbolo conectado diretamente ao pistão, uma junta de vedação de sucção na extremidade do êmbolo e uma válvula que permite a sucção do aditivo.

O ciclo de operação é realizado em várias etapas, mas antes da colocação em funcionamento, a rosca de ajuste de dosagem deve ser ajustada de acordo com as exigências do cliente.

Primeiro, a pressão e o caudal de água que entram no corpo da bomba elevam o pistão até a parte superior do êmbolo. Quando o pistão sobe, cria-se um efeito de sucção no êmbolo dosador através da junta de sucção, fazendo a válvula de sucção na extremidade inferior do êmbolo se abrir. Essa mesma válvula evita o refluxo do aditivo químico aspirado.

Em seguida o aditivo enche o corpo dosador. Como o pistão está na parte superior, as duas válvulas superiores se abrem, permitindo que a água seja transferida para a parte superior do êmbolo.

Em uma segunda etapa, a água acumulada na parte superior gera pressão suficiente na superfície do pistão para empurrá-lo para baixo e acionar o êmbolo  para dentro do corpo dosador. Como o pistão está na parte de baixo, as válvulas superiores se fecham, enquanto as superiores se abrem.

Ao mesmo tempo, a descida do êmbolo faz com que a válvula de sucção se feche. A junta de vedação de sucção se move ao longo do eixo do êmbolo, permitindo que o químico seja transferido da parte inferior para a superior.

Por fim, o aditivo então é misturado homogeneamente com a água que sai da bomba.



Mais Notícias HYDRO



Tecnologia integrada fortalece expansão da Alphatek no saneamento brasileiro

Empresa oferece equipamentos plug & play, com automação embarcada e operação remota.

02/12/2025


ENGIE seleciona cinco projetos no Nordeste para investir em conservação da água

Ações serão realizadas nos estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte.

02/12/2025


Estudo aponta que somente 13 dos 100 maiores municípios do país atendem os padrões de excelência em perdas de água

Controlar as perdas de água significa ter maior disponibilidade do recurso hídrico para a população sem a necessidade de aumentar o volume de água captado.

02/12/2025