A Aegea Saneamento é dona de 49,5% do mercado privado de saneamento do Brasil e busca condições de concorrência para as operações da Águas do Rio. Em 2021, a empresa assumiu dois blocos de concessão do leilão da Cedae - Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, que somam um mercado de 10 milhões de pessoas em 27 municípios.

O gerente de Gestão de Energia e Eficiência Energética da Aegea, Emerson Rocha, afirmou em entrevista à agência epbr que hoje, todo o mercado livre da empresa está negociado em contratos bilaterais, em PPAs. “Mas estamos estruturando grandes projetos de autoprodução que em breve devem sair do forno para atender também essa carga nossa do Rio de Janeiro”, afirma.

Uma das alternativas em avaliação é o aproveitamento do lodo, derivado do tratamento de esgoto, para a produção de biogás. 

Os gastos com eletricidade representam entre 28% e 30% do custo operacional da companhia. Rocha explica que através do rejeito, é possível geral energia e compensar em unidade de baixa tensão. “Hoje, temos fontes mais competitivas como a solar, mas temos estudado fortemente isso (produção de biogás), como viés de possível aproveitamento energético”, afirma. 

As estações de tratamento da companhia consomem cerca de 90 MW médios pelo país. Agora, a Aegea tem o desafio de operar uma das maiores estações de tratamento da América Latina, a ETE Alegria, no Rio de Janeiro (foto). E a expectativa é que esse patamar ultrapasse os 120 MW médios nos próximos dez anos.  

Com projetos ambiciosos de expansão das atividades, a empresa tem como meta reduzir em 15% o consumo específico de energia, medido em kWh/m³, até 2030. 

Para atingir a meta de redução do consumo específico de energia, a empresa possui um programa de eficiência energética e de redução de perdas de água.  Em 2021, a redução no índice de perdas representou cerca de 39 bilhões de litros de água poupados — o suficiente para abastecer 970 mil pessoas por um ano. O desafio se torna maior, se considerado que a empresa está em franca expansão dos negócios. Um exemplo desse movimento foi a aquisição dos dois blocos de concessão do leilão da Cedae.

“Estamos construindo 21 usinas. São 21 MW pico de geração distribuída, só para o Rio, um projeto bem grande”, disse.  Ele ressalta que a expansão do sistema de esgotamento do Rio de Janeiro demandará a otimização energética e novas alternativas de oferta de energia.



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