As notícias de incêndios estruturais estiveram em elevação em 2021, segundo levantamento do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais. Por meio do monitoramento diário de notícias sobre o tema, o instituto conseguiu capturar 2301 ocorrências de incêndios estruturais de janeiro a dezembro do último ano, representando alta de 85,2% ante 2020, quando foram registradas 1244 notícias.

Os números representam uma alta progressiva em comparação com 2018, quando foram capturadas 531 reportagens, acionando um alerta para a falha nas medidas de prevenção. “Acompanhamos o tema há muito tempo e sabemos que os dados são inferiores aos registrados oficialmente. Sabemos que esses incêndios tradicionalmente acontecem por problemas de qualidade de equipamento, falta de manutenção, erros de projetos e de instalação, problemas de treinamento da mão de obra e falta de interesse, de modo geral, dos proprietários na proteção contra incêndio, que fazem somente o mínimo necessário para ser aprovado pelos bombeiros”, diz Marcelo Lima, diretor-geral do ISB.

Os sinistros contabilizados são os chamados “incêndios estruturais”, ou seja, aqueles que poderiam ter sido contornados com a instalação de sprinklers e ocorreram em depósitos, hospitais, hotéis, escolas, prédios públicos, museus, entre outros. O ISB não inclui nas estatísticas os incêndios residenciais, que apesar de também serem incêndios estruturais, não são objeto de acompanhamento porque a legislação de segurança contra incêndio não se aplica a residências unifamiliares, onde acontece o maior número de ocorrências.

Entre as diferentes categorias de estruturas, os estabelecimentos comerciais (lojas, shopping centers e supermercados) registraram o maior número de notícias na imprensa nos últimos quatro anos, seguidos pelos depósitos e edificações.

A legislação de prevenção e combate a incêndios é estadual e está atualizada. A de São Paulo é uma das mais avançadas e serve de modelo para grande parte do Brasil. “A questão está em aplicá-la corretamente”, explica Lima.

“O estado exige a instalação de sistemas de incêndio, mas não faz qualquer exigência quanto ao nível de qualidade dos equipamentos. Não há certificação, exceto para extintores. Com isso, temos sistemas instalados que atendem plenamente à legislação, mas que provavelmente não funcionarão e isso só será descoberto no pior momento, durante uma ocorrência de incêndio”, conclui Lima.

Pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos junto a empresas multinacionais e de capital nacional com mais de 250 funcionários, a pedido do ISB, revelou que o grau de adoção de sprinklers nas empresas é baixo. Apenas 36% das 300 companhias entrevistadas pelo Ipsos disseram contar com sistemas desse tipo em suas instalações.  O estudo detectou que o uso de sprinklers é maior entre as multinacionais. 48% das empresas estrangeiras, com operações no país, ouvidas pelo levantamento, disseram ter sprinklers em suas operações. Entre as empresas nacionais, o índice é de 34%.

O porte também influi na aderência a esse tipo de tecnologia. O índice de uso sprinklers em empresas com mais de 500 funcionários é de 45%. Entre empresas menores, com 250 a 499 funcionários, o percentual é de 28%.



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