O programa Observando os Rios, da Fundação SOS Mata Atlântica, iniciativa de monitoramento participativo da qualidade da água do Brasil, identificou o acúmulo de resíduos sólidos flutuantes nos rios como um problema enfrentado pelos 17 estados que compõem o bioma da Mata Atlântica. A poluição difusa, especialmente de material plástico descartado de forma inadequada, gera um alto impacto aos ecossistemas. Para minimizar o problema, a SOS Mata Atlântica, em parceria com a Ypê, fabricante de produtos de higiene e limpeza, lançou, no projeto Observando os Rios, a ação “Rios Sem Plástico”. Um trabalho piloto no Rio Tietê vai adotar tecnologias que possam ser utilizadas em diferentes realidades e trechos para retirar e diagnosticar como o plástico afeta a qualidade da água doce superficial, propondo soluções.

Ao longo do primeiro ano, "Rios Sem Plástico" vai mensurar o impacto dos resíduos sólidos no maior rio paulista e instalar sistemas de retirada dos resíduos – incluindo barreiras móveis e medição dos volumes.

Foram mapeados no Médio Tietê três pontos com viabilidade para essa implementação: no Parque de Lavras (Salto, SP), na região do Parque Municipal de Anhembi (Anhembi, SP) e em um trecho do reservatório de Barra Bonita. A primeira instalação será na região do Parque de Lavras.

Diferentes tipos de coletores estão sendo desenvolvidos em colaboração com universidades e outras organizações que atuam no projeto. Um exemplo é a tecnologia projetada por estudantes da FACENS - Faculdade de Engenharia de Sorocaba e que consiste em um sistema de remoção de resíduos da água com esteiras mecânicas. Esses equipamentos serão montados em conjunto com ecobarreiras confeccionadas no local de instalação.

Também há intenção de desenvolver ações de engajamento da população para incentivar que levem os resíduos plásticos a postos de coleta de materiais recicláveis, envolvendo cooperativas. “Alguns dos principais rios brasileiros, entre eles o Tietê, têm trechos altamente comprometidos por poluição e são enquadrados na ‘classe 4’, uma categoria de qualidade da água sem restrições de diluição de poluentes. Têm condição tão precária que as suas águas são indisponíveis para usos múltiplos, de abastecimento público, produção de alimentos e lazer. Ou seja, são tratados como grandes esgotos a céu aberto e lixões. Isso afeta ecossistemas inteiros”, diz Gustavo Veronesi, coordenador do Observando os Rios.

Ainda que a fase piloto se concentre em trechos do rio Tietê, o objetivo é reduzir a poluição difusa nos rios de toda a Mata Atlântica. A proposta é que, a partir de 2022, “Rios Sem Plástico” seja ampliado a outras bacias hidrográficas e, gradativamente, envolva toda a rede do Observando os Rios – que reúne cerca de 3 mil voluntários de comunidades em torno da qualidade da água de rios, córregos e outros corpos d'água nos 17 estados do bioma e no Distrito Federal.



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