A Portobello, especializada no segmento de revestimentos cerâmicos, de Tijucas, SC, foi campeã na categoria preservação ambiental com o case “Uso eficiente da água na sua operação” do Prêmio Empresa Cidadã 2020, organizado pela ADVB/SC - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina. A gestão consciente dos recursos hídricos teve início em 1993 e, desde então, outras ações foram implementadas no parque fabril. Além de conservar o volume captado para utilização em diversas etapas do processo produtivo, o programa atua na preservação dos locais onde é realizada a extração, além da conscientização dos colaboradores.

Segundo a analista ambiental Alesandra Santos, em 2019 a empresa captou da natureza 354 mil m³ de água potável. Já o consumo de água reusada foi de 507 mil m³, um consumo maior que o volume captado. A Portobello possui captação própria, em que aproximadamente 70% do volume é proveniente de fonte subterrânea e o restante de fonte superficial. “Em situações de emergência, devido a estiagens, acionamos a empresa municipal de saneamento”, diz.

A indústria de transformação utiliza a água em diversas etapas do processo produtivo, uma vez que seu sistema de produção é via úmida, ou seja, a água é matéria-prima para a fabricação do revestimento cerâmico, em processos como preparação de massa, esmalte e tintas, esmaltação e beneficiamento (polimento e retificação), além das limpezas de chão de fábrica, equipamentos e veículos. “As seis unidades produtivas do parque fabril utilizam água em seu processo”, diz Alesandra. A maior parte é destinada a processos industriais e o restante está relacionado com o consumo humano dos cerca de 2000 funcionários em refeitórios, banheiros, vestiários e copas.

O projeto de gestão consciente dos recursos hídricos teve início em 1993 com a construção da ETE industrial e, desde então, várias outras ações foram implementadas. A Portobello possui duas estações de tratamento de efluentes oriundos do processo produtivo. Trata-se de um circuito fechado, onde toda a água utilizada é reaproveitada. O reúso alimenta algumas etapas do processo que não necessitam de uma água de alta qualidade, como por exemplo, a preparação da massa cerâmica, polimento das peças e lavação do chão das fábricas. “A captação de água se dá em volumes bem menores, apenas para recuperar a perda pela vaporização”, afirma a analista.

Segundo ela, desde a extração da matéria-prima até a finalização de seus produtos, a Portobello atua para que o cuidado com a preservação ambiental seja observado em todas as etapas. “Essa preocupação se estende até mesmo aos fornecedores da empresa. Nas cláusulas de contrato, a proteção ao meio ambiente está entre as condições para o fechamento de parcerias”, diz.

Parte da matéria-prima utilizada na fabricação de cerâmicas da Portobello é extraída de jazidas. “Prezamos pela redução de impactos nestes locais e damos atenção especial à fase de recuperação, visando o retorno da área à sua vocação natural, que pode ser, principalmente, pela agricultura, pecuária, piscicultura ou reflorestamento”, diz. Em alguns casos, realiza-se o reflorestamento com espécies nativas para recuperação da biodiversidade. Em 2017, 4500 mudas nativas foram plantadas no Sul e Nordeste, com o objetivo de reflorestamento e recuperação da flora local.

A empresa também possui um sistema de gestão e gerenciamento de resíduos com foco na não geração, reutilização, reaproveitamento, reciclagem e, por fim, na destinação ambientalmente correta. Mais de 99% dos resíduos são reaproveitados ou reciclados. Apenas uma pequena parcela é destinada para aterro sanitário.



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