O acesso ao saneamento básico está deixando de ser um privilégio restrito e alcançando de forma acelerada os brasileiros mais pobres. Entre 2019 e 2023, mais de 674 mil domicílios com renda de até meio salário mínimo per capita passaram a ter água encanada em casa – um avanço no nível de atendimento o dobro da média nacional no período. No período, 6,3 milhões de domicílios passaram a ter água encanada.

O levantamento faz parte do Panorama da Participação Privada no Saneamento 2025, publicação anual da ABCON SINDCON, que chega à sua 12ª edição.

Além da água, o maior desafio do setor – o esgotamento sanitário – também avançou. Em quatro anos, 6 milhões de domicílios foram conectados à rede de esgoto, elevando a cobertura para 69,9% dos lares brasileiros. Foi o maior salto da década, reduzindo um dos déficits mais históricos e persistentes de infraestrutura do país. Na população de menor renda, o crescimento no nível de atendimento foi quase seis vezes maior do que a média nacional.

“Os números mostram que o modelo implantado após o marco legal do saneamento deixou de ser promessa e já é realidade. A cada ano, milhões de famílias passam a ter acesso a água tratada e esgoto, mudando completamente sua qualidade de vida”, afirma Christianne Dias, diretora-executiva da ABCON SINDCON.

Os avanços sociais vêm acompanhados de impacto econômico direto. Entre 2019 e 2023, o setor de saneamento registrou crescimento de 20,9% no número de empregos formais, gerando trabalho qualificado em todas as regiões do país.

No mesmo período, a remuneração média subiu 11,5% em termos reais, evidenciando a valorização da mão de obra especializada.

A indústria nacional ligada ao setor também ganhou força. A produção de equipamentos e materiais específicos cresceu 97,7% em termos reais, movimentando uma cadeia produtiva que já soma R$ 2,6 bilhões anuais.

O volume de recursos investidos atingiu patamar histórico: R$ 24,7 bilhões em 2023, o maior já registrado. Desde a aprovação do marco legal, em 2020, o saneamento recebeu R$ 84 bilhões em aportes, uma média anual 22% superior à dos anos anteriores.

A participação privada impulsionou esse salto: a fatia do setor privado nos investimentos passou de 15,1% para 27,3% em apenas três anos, somando R$ 6,7 bilhões em 2023.

O foco em famílias de baixa renda aparece também na política de tarifa social. Entre 2019 e 2023, o número de residências beneficiadas cresceu 60%, chegando a 4,1 milhões de lares. Entre os operadores privados, o avanço foi ainda mais expressivo: 587% de aumento, com o percentual de beneficiários saltando de 3,6% para 8,5%. “Esses dados provam que estamos priorizando quem mais precisa. O saneamento tem sido vetor de inclusão social e de combate às desigualdades históricas do país”, reforça Christianne Dias.



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