Premiada e reconhecida mundialmente por iniciativas sustentáveis com o uso do lodo de esgoto, como o programa de aplicação na agricultura e a secagem térmica para emprego em cimenteiras, a Sanepar - Companhia de Saneamento do Paraná traz uma outra novidade. A partir de agora, empresas privadas poderão produzir, tratar e distribuir o material residual das ETEs - Estações de Tratamento de Esgoto a partir de Unidades de Gerenciamento de Lodo (UGL).
A primeira empresa a obter licença de operação de uma UGL Privada é a Zero Resíduos, de Ponta Grossa. Atualmente ela recebe parte do lodo da ETE Belém, de Curitiba, a maior do estado. “Este é um importante avanço, ampliando a capacidade da Sanepar de fazer destinação agrícola, aumentando o volume de lodo tratado e distribuído, otimizando o tratamento e permitindo que mais produtores rurais tenham acesso ao produto”, comemora o diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley.
Bley anuncia que outras empresas já estão buscando licenciamento para prestar este serviço. “Queremos estimular e ajudar a desenvolver este nicho de mercado, sempre com a qualidade e nos mesmos moldes em que a Sanepar já executa esse trabalho, incluindo o tratamento por meio de caleação (aplicação de cal)”, destaca. Em 2022, a Sanepar fez uma reunião em que foram divulgados os documentos, critérios e instruções necessárias às empresas que se interessem em participar desse processo. A nova estratégia da companhia também traz outra importante vantagem. “Permite que a Sanepar redirecione os recursos que seriam destinados à infraestrutura para o lodo a outros objetivos, como obras de ampliação de sistemas de água e esgoto, cumprindo com um de seus propósitos, que é alcançar a universalização do saneamento antes de 2033”, afirma o diretor de Inovação e Novos Negócios da Sanepar, Anatalício Risden Junior.
De acordo com Risden, com a implementação de várias tecnologias de destinação sustentáveis, a Sanepar amplia a segurança operacional e a recuperação de recursos. “Por meio dessas ações pioneiras, a Sanepar não apenas cumpre com os requisitos legais, mas também se credencia com uma referência para a gestão sustentável de resíduos no setor de saneamento”, reforça.
Em 2024, a Sanepar gerou e destinou cerca de 400 toneladas de lodo de esgoto por dia. Isto equivale a, aproximadamente, 15 carretas de resíduos diariamente. Isso sem contar outros resíduos dos processos de tratamento de água e esgoto, como lodo de água, resíduos de gradeamento, escumas e areias.
As soluções de desaguamento e destino de lodos ainda são muito restritas e a grande maioria dos resíduos carecem de soluções mais sustentáveis. No país, a principal alternativa de disposição de lodos ainda é o aterro sanitário. Os aterros estabelecem livremente suas próprias políticas de preços, gerando diferenciações regionais extremas em termos de preços e serviços praticados, além de ser uma opção frágil e não sustentável, devido aos riscos ambientais e operacionais.
Até 2023, a Sanepar tinha apenas três opções de destinação do lodo: reciclagem agrícola, biodigestão (ETE Belém) e aterro sanitário. Com melhorias de gestão e desenvolvimento operacional nessa área, em 2025 já são nove as estratégias postas em escala. “Além das anteriores, foram implementadas: caldeira; coprocessamento; secagem térmica mais combustão e canteiro de mineralização; a PPP Centro-Litoral; além da Central de Tratamento de Resíduos Padilha (CTR Padilha) e, agora, a UGL Privada. A Sanepar vem aprimorando sua política e estratégia de gerenciamento do lodo. Esse amplo plano de ação envolve diversas iniciativas e tarefas, desde diretrizes e normas até o desenvolvimento de novas rotas tecnológicas de destinação. A UGL Privada é só mais uma dessas estratégias”, conta o especialista e responsável por este projeto na Sanepar, Charles Carneiro.
A Sanepar é pioneira em destinação de lodo em áreas agrícolas. No último ano, 32 mil toneladas do biossólido foram distribuídas gratuitamente a 132 agricultores de 59 municípios do Paraná. O programa da Sanepar já foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como referência em agricultura sustentável e serve de modelo para outras companhias de saneamento no Brasil e no mundo. Os agricultores recebem o material sem custo.
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