Os trabalhos de dragagem do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, estão completando um ano e os avanços ambientais já são visíveis. A iniciativa é da Iguá, concessionária de saneamento, e representa a maior operação de dragagem já realizada na região. Ponto de partida do movimento “Juntos pela Vida nas Lagoas”, ela deve durar mais 24 meses e vai remanejar mais de 1000 piscinas olímpicas de sedimentos finos do fundo das lagoas para melhorar a qualidade das águas.
O primeiro ano de projeto já traz frutos significativos: o balanço da dragagem aponta que, em 12 meses, foram retiradas cerca de 500 mil m³ de sedimentos da Lagoa da Tijuca, volume equivalente a aproximadamente 200 piscinas olímpicas. Essa remoção contribui para a melhoria da troca de água entre as lagoas e o mar. Já há pontos da Lagoa da Tijuca onde o nível de oxigenação subiu de 5% para 14%, o que está diretamente ligado a essa troca hídrica entre os dois ambientes.
“A dragagem tem sido essencial para devolver a vitalidade ao complexo lagunar. Essa operação vai remanejar, até o fim das obras, 2,3 milhões de m³ de lodo e sedimentos. A melhoria na circulação da água e a redução do material orgânico em decomposição estão trazendo de volta a biodiversidade local”, diz Lucas Arrosti, diretor de operações da Iguá Rio.
O retorno da biguatinga, uma espécie de ave nunca registrada formando ninhos no Rio de Janeiro, comprova a recuperação ambiental. Desde a primeira aparição, mais de 18 biguatingas foram avistadas na Lagoa da Tijuca. Outras espécies de ave também têm sido vistas na área após o início da dragagem, como a garça boiadeira, a garça azul e o colhereiro, conhecido por sua coloração rosa.
“Ver uma espécie como a biguatinga retornar é uma prova de que estamos no caminho certo. Essa mudança abrirá espaço para um aumento ainda maior da biodiversidade. A presença dessas aves, que dependem de ambientes limpos para sobreviver, é um sinal de que as ações de revitalização estão surtindo efeito”, afirma o biólogo Mario Moscatelli, consultor do projeto.
As intervenções começaram pela Lagoa da Tijuca, onde décadas de assoreamento reduziram a profundidade em alguns trechos a apenas 30 centímetros, comprometendo o fluxo da água. Lá, além da abertura de canais e do preenchimento de cavidades, a concessionária está criando três áreas de manguezal, na altura da comunidade da Muzema. Ao todo, serão plantadas 245 mil mudas de espécies nativas até o fim do projeto.
A recuperação dos manguezais é uma ação fundamental, já que tais ecossistemas são altamente eficazes na captura de carbono. A Iguá estima que as novas mudas serão capazes de neutralizar 36 mil toneladas de CO2. “Estamos investindo não apenas na dragagem, mas em soluções sustentáveis que garantam uma melhora duradoura para o Complexo Lagunar. O compromisso é deixar um legado para a população do Rio de Janeiro”, destaca Lucas Arrosti, da Iguá.
Os próximos meses serão dedicados à ampliação dos trabalhos e ao monitoramento constante da qualidade da água, garantindo que os benefícios da dragagem se consolidem. Além disso, a Iguá segue com a ações de conscientização da população sobre a importância do descarte correto de resíduos, na tentativa de evitar novos impactos negativos para o ecossistema lagunar.
Outro trabalho que a concessionária realiza é a remoção de lixo das margens das lagoas e do espelho d’água. Até março, mais de 240 toneladas de lixo foram direcionadas para reciclagem ou descarte correto.
Paralelamente às obras de dragagem, estão sendo instalados Coletores de Tempo Seco (CTS). Com investimento de R$ 126 milhões, os dispositivos interceptam esgoto lançado de forma irregular em galerias pluviais e o direcionam para tratamento, beneficiando mais de 100 mil pessoas.
A primeira fase, no Canal das Taxas, já está em operação e retira, em média, 17 litros de esgoto por segundo da Lagoinha das Taxas, no Recreio. A previsão é que a concessionária instale mais de 50 pontos e, com isso, evite a cada dia o despejo do equivalente a 19 piscinas olímpicas de esgoto não tratado.
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