Uma das consequências do isolamento determinado pelas autoridades sanitárias para conter o avanço da pandemia de Covid-19 foi o aumento do consumo de bebidas alcoólicas nos lares. No caso das cervejas especiais, o uso de recipientes de maior capacidade, conhecidos como growlers, ou garrafões, simplificou a logística para os consumidores.

Cervejarias como a Ashby (Amparo, SP), uma das pioneiras em estabelecer no Brasil o conceito da cerveja especial, passaram a utilizar esses recipientes moldados em vidro ou PET para envasar o chope produzido por elas, tendo em vista a impossibilidade de servi-lo nos bares. “Tivemos um crescimento na procura por growlers, se comparado ao mesmo período do ano passado”, explicou Alexandre Vaz, mestre cervejeiro da empresa.
O PET é usado em 90% dos growlers da Ashby. Normalmente de cor escura, os frascos devem evitar a incidência de luz no produto, o que acelera a sua degradação. Diferentemente das versões em vidro, os feitos de material polimérico são descartáveis, mas recicláveis.
“Como as pessoas estão consumindo mais cerveja durante esse período, o growler acaba sendo uma opção sustentável, já que evita o descarte de garrafas de cerveja e o processo industrial de engarrafamento”, ressaltou o mestre cervejeiro, acrescentando que “além da questão ambiental, o consumidor colabora para que os comércios locais se mantenham em funcionamento durante esse período”.
A história dos growlers
Antes da popularização das cervejas engarrafadas e da invenção da geladeira, no século 19, nos Estados Unidos, a maneira de as cervejarias fornecerem seu produto era usando uma espécie de balde com tampa. O barulho que o gás carbônico da cerveja fazia quando ela era derramada no recipiente lembrava o de um cachorro rosnando. Como rosnar em inglês é to growl, os norte-americanos decidiram batizar o garrafão de cerveja de growler, algo como “rosnador”.
Assim que as cervejas engarrafadas começaram a ganhar força, os growlers foram perdendo espaço. Porém, nos anos 80 eles voltaram em uma versão repaginada, com alças, logos e ilustrações sofisticadas.

No Brasil, o garrafão se popularizou de uns tempos pra cá devido ao crescimento das cervejarias artesanais. “Muitas marcas oferecem algumas cervejas apenas direto da torneira, então o growler é uma forma prática de o consumidor levar a bebida para qualquer lugar sem que o sabor e a qualidade sejam comprometidos”, explicou Alexandre Xerxenevsky, cofundador e cervejeiro da X Craft Beer (São Paulo, SP)
A marca também é adepta do uso dos pequenos garrafões, 100% em PET, e passou a criar promoções baseadas no apelo visual dessas embalagens para os clientes que iam até a loja ou que pediam o litro por meio de aplicativos de entrega. “O growler tem essa questão de ser um acessório vintage e ao mesmo tempo moderno, o que chama a atenção do público que gosta de cerveja e quer apreciar seu estilo favorito em qualquer lugar sem ter que consumir tudo de uma vez”, ressaltou o empresário.
Se armazenada de forma correta no garrafão, a bebida pode ser consumida em até dez dias. A X Craft Beer utiliza um sistema de enchimento dos growlers por contrapressão, que elimina o contato da cerveja com oxigênio, fazendo com que ela preserve suas características por mais tempo.
Entrega e drive thru
A Cervejaria Madalena, também da capital paulista, optou igualmente pelos growlers em PET com capacidade de um litro, para atender à clientela no período em que sua fábrica-bar esteve fechada, intensificando os serviços de entrega e drive thru.
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A empresa recomenda o armazenamento de seu chope artesanal nos frascos pelo prazo máximo de sete dias, desde que mantida na temperatura recomendada.
“Essa foi a melhor forma de oferecer a bebida de forma segura na casa dos clientes, tendo em vista que ela só pode ser degustada em bares especializados ou lojas que tenham torneiras de cerveja”, afirmou Renan Leonessa, gerente de marketing da marca.
Fotos: Exemplos de growlers que acondicionam bebidas fornecidas pelas cervejarias Ashby, X Craft Beer e Madalena.
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