Com a saturação do mercado e redução dos preços da conexão de banda larga, muitos provedores de Internet estão buscando novas oportunidades na área de tecnologia. É o caso da FBR Digital, operadora 100% digital que atua como “broker” de venda de capacidade das redes dos provedores para o segmento corporativo. A startup foi criada pelos empreendedores Ascânio França e Thiago Carvalho, que encerraram as operações da Firelink como provedor de Internet em Caruaru, PE, para se dedicarem ao desenvolvimento do negócio, baseado em plataforma própria e inteligência de dados.

“Em 2018, percebemos que o mercado de provedores caminhava para a consolidação, tendência que hoje se confirma, com grandes empresas proprietárias de infraestrutura e outras donas de carteiras de clientes. Precisávamos decidir de que lado da balança ficaríamos”, conta Ascânio França (foto). A virada de chave ocorreu com a venda da sua rede, mudança de marca e lançamento de um novo portfólio. Um dos principais produtos da FBR é a Conexão Inteligente, processo de localização, qualificação, monitoramento e gestão de links de Internet voltado para empresas com negócios distribuídos no país. Com isso, a FBR deixou de ter uma atuação localizada para atender o Brasil todo, multiplicando as chances de expansão. “Nosso plano é crescer 10 vezes até 2024”, diz.

Prova do potencial é o recente aporte da Squared Ventures, que vai usar recursos do fundo SAINTS para o investimento na FBR. No acordo, os fundadores da empresa permanecem como sócios majoritários. Os valores de participação e de investimentos não foram revelados.

A FBR cobre mais de 1,3 mil cidades. A plataforma conta hoje com cerca de 1300 provedores de Internet homologados, além das grandes operadoras e 13 mil cadastrados no sistema, onde os dados de redes, requisitos técnicos, capacidades e valores são cruzados. Com os recentes aportes, o objetivo é aperfeiçoar o ambiente colaborativo e digital.

Atualmente, a startup concentra seu atendimento em empresas de médio e grande portes, com mais de 100 filiais. “Nosso foco são empresas que tenham operações espalhadas pelo país, como grandes fabricantes de bens de consumo, redes varejistas, supermercados, faculdades, farmácias, bancos, centros de distribuição”, complementa o sócio Thiago Carvalho.

Segundo ele, o diferencial da FBR está no processo e na plataforma desenvolvida para localizar, qualificar e gerir os fornecedores de conectividade em todo o Brasil. Numa rede com mais de 100 mil torres e mais de 1 milhão de quilômetros de fibra óptica, a FBR descobre os provedores e aponta a melhor alternativa para cada negócio em uma única oferta, responsabilizando-se pela entrega do pacote completo, SLA e suporte técnico de primeiro nível.

Outra entrega importante é a gestão de contratos: “Imagine uma rede com dezenas, centenas de lojas espalhadas no país, ter que gerenciar cada contrato com fornecedores locais de conexão à Internet. A FBR responde por tudo isso e o contratante só lida conosco, independentemente de ter 50, 100, 500 ou 1000 filiais”, diz França. O sistema escolhe os de melhor performance, levando em conta indicadores como velocidade, estabilidade e independência de backbone. “Qualificamos, contratamos, instalamos e gerenciamos o serviço oferecido aos clientes. Em caso de problemas, respondemos até pela troca de qualquer parceiro que não cumpra os requisitos”.

O sistema nasceu da própria experiência do grupo no mercado de Internet. A partir de um diagnóstico do setor, os sócios identificaram os problemas estruturais enfrentados por empresas que têm redes de pontos físicos que precisam ser conectados. “As queixas eram muitas, recorrentes e quase sempre as mesmas: quebra de prazos de entrega dos serviços; problemas com faturamento e contratos; informalidade e falta de processos no suporte e na resolução de problemas; quedas de conexão e baixa disponibilidade do serviço”, lista França. Foi criado, então, um modelo de operação com base em indicadores de qualidade do serviço. “Quem tem o melhor desempenho é contratado e continuamente avaliado”.

A estratégia da FBR não a torna concorrente dos provedores. “Pelo contrário. Somos um parceiro de negócios, capaz de atrair demandas que muitas vezes não chegariam até ele. As chances de negócios são muito maiores”, finaliza França.

Foto: Douglas Souza



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