A Ascenty, fornecedora de soluções de infraestrutura de data centers e conectividade, registrou um aumento de 300% no tráfego de Internet e de 72% no consumo de energia em fevereiro de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia possui 17 data centers em operação no Brasil e Chile e cinco em construção (nesses países e também no México).

“Com a pandemia da Covid-19, as empresas se viram obrigadas a migrar suas soluções para data centers de terceiros, pois não podiam depender de equipes internas para cuidar dos equipamentos e assegurar o desempenho das operações. Nos nossos sites, temos profissionais 24/7 cuidando de toda a infraestrutura. Além disso, os grandes provedores de cloud são nossos clientes, que também viram esse processo se acelerar”, diz Marcos Siqueira, vice-presidente de operações da Ascenty.

Conforme os dados do estudo Análise do Mercado Latino-Americano de Serviços de Data Centers – Previsão para 2024, publicado em novembro de 2020 pela Frost & Sullivan, consultoria de negócios especializada em análises de mercado, a Ascenty lidera o setor de colocation na América Latina. Conta com 310 MW de capacidade instalada, ou seja, detém 30,1% de market share na América Latina, que somou 1050 MW no primeiro semestre de 2020. Já no Brasil, com 212 MW instalados, a participação é de 48,5% do total de 483 MW. “Energia é o nosso principal insumo. Por isso, o aumento de 72% no consumo é uma forma de materializar o crescimento do mercado nos últimos 12 meses”, diz o executivo. Em relação à área de piso elevado, somadas todas as instalações, elas ocupam 38% dos 574 mil metros quadrados disponíveis na região. A empresa atende mais de 350 clientes globais que atuam na América Latina.

Na avaliação do vice-presidente, a jornada para a nuvem é um caminho sem volta. “As empresas precisaram acelerar esse processo no último ano e agora estão vendo benefícios como disponibilidade, resiliência e segurança”, diz. De olho no potencial do mercado para os próximos cinco anos, a empresa está realizando a construção simultânea de cinco data centers, sendo dois no México, um no Chile e dois no Brasil, todos na faixa de 20 MW de capacidade de TI. Até o início de 2022, todas as unidades estarão em operação. Os clientes âncora já contrataram de 30% a 40% de capacidade desses sites. Para se ter uma ideia do porte das obras, seus primeiros data centers, instalados em 2012, tinham cerca de 3 a 5 MW de capacidade.

A empresa investiu R$ 150 milhões na construção de uma rede subterrânea de 300 km dos seus data centers até as landing stations na Praia Grande, SP, Praia do Futuro, em Fortaleza, CE, e Rio de Janeiro, onde se conectarão aos cabos submarinos Malbec da Globenet (Brasil e Argentina) e Ellalink (Brasil e Portugal), prestes a ser inaugurados. Um outro trecho, de 700 km, vai interligar todos os data centers na região de Campinas até São Paulo, passando por 22 cidades. Essa rede, em fase de conclusão, se somará aos 4500 quilômetros de backbone já existente. “Temos pelo menos três ou quatro rotas distintas e todas elas subterrâneas”, afirma Siqueira. Ao melhorar a interconexão, a Ascenty eleva a disponibilidade para 100%, índice garantido no contrato de nível de serviço (SLA) assinado com os clientes.

“Há cerca de 10 anos tomamos a decisão de construir redes próprias porque um data center ilhado, sem conectividade, não cumpre sua função. Nossa estratégia é ter as telecomunicações como suporte para viabilizar grandes projetos sem depender de terceiros. Se os clientes já têm acordos de transporte com as operadoras, elas são bem-vindas, pois somos carrier neutros, mas podemos ofertar nossos circuitos de alta capacidade e baixa latência ou como alternativa de backup”, afirma.

Com sua rota própria, foi possível ampliar o portfólio de serviços: além da infraestrutura de colocation, a Ascenty oferece soluções de conectividade, como LAN to LAN, IP, fibra apagada, DWDM e anti-DDoS, além de cloud connect.

A empresa também estruturou os três data centers de Osasco, na Grande São Paulo, que são um PIX do IX.Br, para se tornarem o novo Network Access Point (NAP) Brasil – ou Ponto de Acesso à Rede –, que forma um ecossistema completo de conectividade aos principais provedores internacionais e CDNs. “Isso atraiu a vinda de muitos provedores de Internet, que montaram seus pontos de presença no NAP para troca de tráfego e acesso aos conteúdos globais de forma rápida e simplificada, com baixíssima latência”, afirma.

Fundada em 2010, a Ascenty foi adquirida em 2018 pela Brookfield e Digital Realty, grupo que integra a maior rede de data centers do mundo, com mais de 260 unidades na América do Norte, Europa, América Latina, Ásia e Austrália.



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