O Grupo Flexível, com sede em Jaraguá do Sul (RS), incluiu em suas ações de economia circular a reciclagem do poliuretano (PU) proveniente dos itens destinados à chamada “cadeia do frio”, que envolve todos os requisitos logísticos para manter sob temperatura controlada produtos que são sensíveis a variações térmicas.
O setor tem trabalhado ao longo de décadas para ser mais sustentável, inclusive nas formas de fazer o descarte adequado de seus resíduos pós-industriais e pós-consumo. O processo é delicado, principalmente, quando envolve refrigeradores e freezers mais antigos, pois além da necessidade de separar materiais como plástico, ferro, cobre, alumínio, entre outros, os equipamentos têm componentes que precisam de cuidados especiais, tais como óleos lubrificantes e o gás CFC (clorofluorcarbono), nocivo à camada de ozônio.
As espumas de poliuretano (PU) usadas no isolamento térmico destes equipamentos e produzidas com matéria-prima de base petroquímica normalmente são descartadas em aterros ou incineradas. A terceira alternativa, adotada pelo Grupo Flexível, é a reciclagem, que além de mais sustentável é mais econômica.
Segundo Thaize Schmitz, diretora de Inovação, Novos Negócios, Marketing e Sustentabilidade do Grupo Flexível, as empresas podem gastar até R$ 1,50 por tonelada de resíduo: “Além de eliminar o custo do aterro ou da incineração, a reciclagem permite transformar o resíduo do processo produtivo ou obtido após o descarte de um equipamento usado, em um produto novo e sustentável”, comentou.
A economia circular do PU usado na cadeia do frio pode usar dois tipos de processos de reciclagem:
Mecânica, na qual as espumas de PU usadas no isolamento térmico são isoladas e trituradas. Em seguida, são misturadas a um adesivo desenvolvido com poliol de fontes renováveis, criado a partir de ésteres graxos ou ácidos graxos de origem vegetal, oriundos de sementes e resíduos do agronegócio, e aglomeradas. Por fim, o resultado são espumas que podem ser usadas em painéis termoacústicos para construção civil e no enchimento de portas;
Química, na qual as espumas de PU também são separadas e trituradas, mas seguem para a etapa de manipulação química, onde se transformam em uma nova base de poliol. Esse produto serve como base para novos sistemas de poliuretano, inclusive para a produção de novas espumas para isolamento térmico.
“Como a espuma de PU é um material aerado e leve, é possível compactar o produto em prensas e reduzir o volume que precisa ser transportado aos pontos de reciclagem, também reduzindo os custos”, explicou Thaize.
O Grupo Flexível é também proprietário da EVO – Soluções Termoacústicas, com sede em São João do Itaperiú (SC), que produz o Bloco e Painel Eco (foto), feitos por 51% de espumas rígidas de PU oriundas da reciclagem e 49% por poliol de fontes renováveis.
Mais sustentabilidade para a cadeia do frio
A preocupação com a sustentabilidade é crescente na cadeia do frio, que tem marcos importantes como o Plano Nacional de Eliminação de CFSc, aprovado em 2002, que promoveu a substituição dos clorofluorcarbonos por gases como os HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) e os HFCs (hidrofluorcarbonos) menos prejudiciais à camada de ozônio. Atualmente, alguns fabricantes já usam o propano, gás natural com baixo potencial de gerar o aquecimento global, nos equipamentos de refrigeração.
Outra importante ação foi a publicação da Resolução nº2/2023 do Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGIEE), do Ministério de Minas e Energia, no fim de 2023, que aprovou o Programa de Metas para Refrigeradores e Congeladores e estabelece novos padrões de eficiência energética para esses eletrodomésticos. Por meio do Programa, desde 2024, os equipamentos de refrigeração menos eficientes pararam de ser fabricados ou importados e fabricantes e importadores investem em produtos com consumo mais eficiente de energia.
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Imagem: Grupo Flexível
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