O novo estudo do Instituto Trata Brasil, intitulado Demanda Futura por Água Tratada nas Cidades Brasileiras – 2019 a 2040, mostra cenários do consumo de água no futuro frente a novas perspectivas demográficas e econômicas e as mudanças climáticas. O levantamento considera as estatísticas e a literatura acadêmica sobre os temas. A metodologia é amparada nas análises prospectivas de vendas e produção de bens, serviços na economia de uma forma geral. A proposta é que o estudo sirva para amparar planejamentos de longo prazo, sejam de empresas ou do poder público, em especial na gestão de recursos ambientais.

Como já demonstrado em outros estudos internacionais, a metodologia aplicada mostrou que quanto maior o crescimento econômico de um local, acompanhado de crescimento demográfico, maior a demanda pela água. Considerando um cenário de mudanças expressivas no padrão de consumo e uma elevação mais acentuada do PIB per capita, os cálculos, para os próximos 23 anos (2017 a 2040), evidenciaram que se espera um grande aumento na demanda pela água no Brasil somente em razão do crescimento econômico e da expansão demográfica. A demanda potencial pode atingir 14,299 bilhões de m³ em 2040, indicando um acréscimo de 2,837 bilhões de m³ em relação à demanda de 2017. Esse é um volume tão grande que corresponde à soma do consumo de água de todos os municípios do Estado de São Paulo em 2017.

Pressupondo que a demanda potencial por água seja plenamente atendida em 2040, algo que não ocorreu em 2017, será necessário entregar nas cidades brasileiras 4,337 bilhões de m³ a mais do que foi efetivamente entregue em 2017. O crescimento de demanda seria, portanto, de 43,5% em 23 anos, ou ainda, de 1,6% ao ano. Esse volume se aproxima da demanda efetiva dos estados de São Paulo e Minas Gerais em 2017. Também como forma de comparação, o volume do Sistema Cantareira, o maior sistema hídrico do Estado, possui capacidade total de 982 milhões de m3 (volume útil) segundo dados da Sabesp, sendo responsável pelo abastecimento de 9 milhões de habitantes. Significa que seriam necessários 4,4 Cantareiras a mais só para atender a água adicional em 2040.

Realizada pela Ex Ante Consultoria, a pesquisa conta com importantes apoios acadêmicos: a dissertação desenvolvida por Rubens Amaral Ferreira Filho para o programa de Mestrado Profissional de Ambiente, Saúde e Sustentabilidade da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e apoio do Prof. Dr. Roger Rodrigues Tadeu, pesquisador do Clima da Universidade Federal de Itajubá. Tem ainda o apoio institucional da The Nature Conservancy, organização global de conservação ambiental.
A metodologia completa estará no site www.tratabrasil.org.br.



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