A indústria de laticínios Marajoara, localizada em Hidrolândia, GO, inaugurou recentemente um projeto de fertirrigação que direciona a água residual de seus processos fabris, tratada na própria ETE, para um pasto de aproximadamente 14 hectares, vizinho à sede da indústria. 
“O sistema de tratamento da água por flotação assegura uma eficiência superior a 90%, bem mais do que os 60% exigidos pela legislação ambiental. Até então, essa água já devidamente tratada era lançada no Córrego Grimpas. Porém, com esse projeto de fertirrigação conseguiremos dar uma destinação mais sustentável”, diz o presidente do Grupo Marajoara, André Luiz Rodrigues Junqueira.

Foram instaladas três bombas em tanques de água tratada que percorrerá quase 1 km em tubulações até chegar ao destino, onde será criado gado de corte. Em média, serão jorradas no local 75 mil m³/h.  A cada 12 horas, serão 1 milhão de litros de água de reúso reaproveitados.  O sistema será composto por cerca 600 aspersores, sendo que cada um irá lançar água a uma distância máxima de um raio de 11 metros.

O pasto será dividido em piquetes para se fazer o manejo rotativo e a expectativa é que a produtividade aumente em cinco vezes.  “Através deste sistema, independentemente do período do ano, de seca ou não, haverá pasto verde e abundante para gado”, explica o zootecnista da Marajoara, Diego Dantas Colnago.

Ele cita outra vantagem: por meio do sistema instalado, é possível fazer a suplementação para o pasto diluindo-o nos próprios tanques da ETE, facilitando o processo. “Com água e nutrientes necessários, o pasto ficará mais saudável, refletindo no ganho de peso do gado”, explica. O zootecnista lembra ainda que além da pastagem, o sistema de fertirrigação por meio de reúso de água pode ser perfeitamente usado em outros cultivos, como milho, sorgo e soja. 
Da concepção do projeto até o início das obras para sua instalação, no fim de janeiro, foram necessários seis meses de estudos técnicos no solo da área e outros quase cinco meses para aprovação junto da Semad - Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. De acordo com a bióloga Daniela Souza Silva, diretora da Ecovel, empresa que assessora ambientalmente a Marajoara, o projeto também, a médio prazo, servirá como um importante mecanismo de recarga dos aquíferos locais ou lençóis freáticos. “Com esse sistema de fertirrigação, parte da água é absorvida pela planta, no caso o capim do pasto, parte é evaporada e uma parte significativa vai para o lençol freático”, explica a consultora.

O projeto de fertirrigação é uma continuidade de um outro projeto de sustentabilidade da empresa, que é desenvolvido há pouco mais de dois anos a partir da ETE da indústria: é o uso da biomassa, extraída dos efluentes após o processo de tratamento, virando fertilizante. Esse adubo é fornecido gratuitamente a pequenos produtores rurais em Hidrolândia. Rica em nutrientes importantes para o gado leiteiro, a mistura é aplicada no pasto dessas pequenas propriedades, assegurando produtividade e qualidade para alimentação dos animais.



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