Iniciadas em março de 2020, as obras do Coletor Tronco Faria-Timbó vão beneficiar 456 mil pessoas. 6,1 quilômetros de coletor tronco serão instalados no Rio de Janeiro até o fim do prazo contratual, previsto para dezembro de 2021. “Mais de R$ 134 milhões estão sendo investidos no projeto, que vai permitir que 1049 L/s de esgoto deixem de ser despejados diretamente na Baía de Guanabara”, destaca Cássio Penteado Serra Neto, Gerente de Obras da Passarelli Engenharia e Construção. As obras integram o Programa de Saneamento Ambiental (PSAM), da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro (SEAS), levando o esgoto que antes era despejado na natureza para a ETE Alegria.

O coletor tronco Faria-Timbó está inserido na sub-bacia do Canal do Cunha, uma das áreas mais poluídas da Baía de Guanabara. O canal coleta a água de rios que atravessam áreas muito povoadas dos subúrbios, como os bairros de Cascadura, Piedade, Lins de Vasconcelos, Engenho de Dentro, Inhaúma, Maria da Graça e São Cristóvão.

O rio Faria-Timbó forma uma fronteira natural entre as zonas Norte e Oeste do Rio, atravessando as favelas de Manguinhos e o Complexo da Maré, antes de desaguar no Canal do Cunha e consequentemente na Baía de Guanabara. Lar de um terço da população da cidade e de quase metade dos moradores de favelas do Rio de Janeiro, a zona Norte é a região mais populosa e mais densamente habitada do município: 1/3 da população do município do Rio de Janeiro, quase 1,2 milhão de pessoas habitam a região.

O gerente destaca ainda que o projeto é um passo fundamental para a despoluição da Baía de Guanabara, mas alerta que a solução definitiva requer a continuidade do programa e a viabilização de novas obras, que incluem despoluição dos rios de 24 bacias hidrográficas. “O novo Marco do Saneamento é um grande avanço para ajudar a ampliar a oferta de saneamento básico no Rio de Janeiro, onde cerca de 35% dos esgotos ainda não são tratados”.

A obra utiliza um processo para escavação do túnel em rocha com o primeiro shield do Brasil capaz de escavar neste tipo de material, com 1,85 m de diâmetro externo e 1,5 m de diâmetro interno. Para garantir a segurança, o equipamento é abastecido com uma câmara hiperbárica, caso haja a necessidade de uma manutenção frontal. O equipamento também tem conexão via Internet com os técnicos alemães, fabricantes do equipamento, com acesso à operação para identificar e reparar problemas técnicos em tempo real, diretamente da fábrica.

Um sistema para deságue da lama, proveniente da escavação dos trechos em solo, permite uma economia de 85% do volume no consumo de água originalmente previsto. Durante o processo de escavação do shield em solo, uma bomba injeta continuamente água na frente do equipamento, enquanto é feita a perfuração do solo. A lama escavada é transportada por meio de bombas para a superfície, e posteriormente, por caminhões até a central de deságue, que fica no canteiro de obras. Então a lama é inserida em bolsas geotêxtis (bags), juntamente com polímeros aglomerantes. A água escoada pode ser reaproveitada no próprio processo de escavação.



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