O Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou o Estudo de Perdas de Água 2025, que analisa os indicadores de eficiência do saneamento com base nos dados do SINISA referentes ao ano de 2023. Os resultados mostram que o país ainda enfrenta um dos maiores desafios estruturais do setor: o desperdício médio de 40,31% da água tratada antes de chegar às residências, o que representa cerca de 5,8 bilhões de m³ por ano.
Segundo o levantamento, esse volume equivale ao consumo anual de aproximadamente 50 milhões de pessoas e corresponde ao desperdício diário de mais de 6300 piscinas olímpicas de água potável. Ao mesmo tempo, cerca de 34 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada, destacando a contradição entre a capacidade instalada e a eficiência operacional.
O estudo aponta que as perdas representam custos significativos para os operadores, incluindo energia para bombeamento, insumos químicos, manutenção corretiva e a necessidade de captação adicional em mananciais cada vez mais pressionados. A redução de perdas.
As simulações do Instituto mostram que, caso o Brasil alcance a meta da Portaria 490/2021 — que estabelece perdas na distribuição de 25% até 2034 — seria possível economizar cerca de 1,9 bilhão de m³ por ano, volume suficiente para atender 31 milhões de pessoas. Os ganhos econômicos acumulados ao longo da década poderiam chegar a R$ 34,6 bilhões, com benefício líquido estimado em R$ 17,3 bilhões após descontados os investimentos necessários.
Apesar dos avanços pontuais, as disparidades regionais permanecem significativas. Norte e Nordeste apresentam os piores indicadores, enquanto os 100 municípios mais populosos registram média mais baixa, de 31,09%, mas ainda distante dos padrões desejáveis. Apenas 13 cidades desse grupo atendem aos níveis de excelência definidos pelo MDR, considerando perdas e consumo por ligação. Entre as capitais, somente Teresina, PI, e Goiânia, GO, operam abaixo da meta de 25%.
O estudo reforça que enfrentar as perdas de água é condição imprescindível para viabilizar a universalização do saneamento. Mais do que uma exigência normativa, trata-se de uma oportunidade econômica e ambiental: melhorar a eficiência operacional permite ampliar o acesso sem expandir proporcionalmente a captação, reduzir pressões sobre os sistemas de abastecimento e aumentar a capacidade de investimento das operadoras.
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