A pandemia de Covid-19 reformulou tendências que atingem a indústria de embalagens. À medida que o mundo administra e começa a emergir da grande crise de saúde pública e econômica, torna-se possível detectar como essas mudanças vão impactar profundamente o design de embalagens. Os fatores que compõem a nova realidade sanitária foram analisados pelos pesquisadores David Feber, Daniel Nordigården, Lea Kobeli e Oskar Lingqvist, da consultoria McKinsey (EUA), que propuseram uma série de recomendações para os desenvolvedores e fabricantes desses produtos.

 

De acordo com eles, será necessário que as empresas pensem para além das funções essenciais dos invólucros, tais como custos razoáveis, conveniência e desempenho. Três requisitos principais deverão ser abordados: primeiro, uma boa narrativa de sustentabilidade; segundo, projetar com a higiene em mente, dadas as recentes preocupações elevadas com a segurança do consumidor; e terceiro, o design para modelos de comércio eletrônico, pronto para envio e direto ao consumidor.

 

A abordagem correta associada a recursos de inovação poderão a ajudar as empresas convertedoras de embalagens a crescer, permitindo que seus clientes revisem seus portfólios com base em um design melhorado. Para ajudar as empresas a navegar nesse futuro próximo e ficar à frente da concorrência, os autores do estudo propuseram cinco movimentos críticos para que elas iniciem sua jornada de mudanças no design:

 

1) Sustentabilidade. Enfatizado e redefinido, este quesito passou a incluir preocupações de higiene. Embora a sustentabilidade recentemente tenha ficado em segundo plano, ela continua sendo uma tendência importante para a indústria. As metas nesse sentido não foram abandonadas pelas principais empresas e varejistas de bens de consumo, que permanecem comprometidos em alcançar alta reciclabilidade em seu portfólio de embalagens a longo prazo. No entanto, dada a emergência da nova megatendência de higiene - que provavelmente se tornará um elemento-chave nas embalagens - as empresas terão de repensar os materiais e os requisitos de design levando em conta a sustentabilidade.

 

2) Comércio eletrônico. Como resultado dos pedidos de entrega domiciliar, os consumidores aumentaram drasticamente seu engajamento digital - em particular, para compras on line. Isso terá implicações significativas para o design de embalagens, que darão preferência a projetos pensados de modo a simplificar a tarefa.

 

3) Alteração rápida das preferências do consumidor. Os consumidores deverão continuar sendo sensíveis ao preço, acelerando ainda mais suas compras on line em todas as categorias e se concentrando ainda mais em saúde e higiene. Essas mudanças nas preferências do consumidor tornarão necessário repensar o mix de produtos, com implicações no design das embalagens.


 

4) Pressões de custo em ambiente de rápida mudança e mais necessidades de suprimentos regionais. Antes da crise de Covid-19, fabricantes de bens de consumo rápido e os varejistas já enfrentavam uma significativa redução de margem, repassando essas pressões para as convertedoras. Este problema já afetou o design de embalagens de várias maneiras: por exemplo, a substituição de diferentes materiais, redesenho de formatos para aumentar a eficiência de enchimento e a densidade de volume, embalagens menores etc. Diante da crise, essas pressões de custo deverão continuar, o que pode ampliar a necessidade existente de usar o design de embalagens para reduzir custos.

 

5) Digitalização mais rápida da cadeia de valor. Outro resultado esperado da pandemia é o aumento da digitalização da cadeia de valor por meio da automação e do uso mais difundido da inteligência artificial (IA) não apenas visando eficiência de custos e produtividade, mas também para tornar o fornecimento mais resiliente e transparente por meio do rastreamento em tempo real. O resultado pode ser uma necessidade maior de integrar a tecnologia - etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID) e comunicações em campo próximo (NFC) - nas embalagens. Os designs inovadores de embalagens desempenharão um papel importante e as empresas devem reavaliar suas estratégias à luz dessas megatendências em evolução.

 

 

Com base nessas constatações, a equipe de pesquisadores sugeriu cinco elementos críticos para as empresas que iniciam novos projetos:


 

1) Desenvolva uma visão clara de como as megatendências afetarão suas áreas de uso final.

2)Transfira uma mentalidade de segurança ao consumidor primeiro, ao introduzir novas embalagens.

3)Suponha que tudo esteja pronto para o comércio eletrônico.

4)Garanta que você tenha uma forte narrativa de sustentabilidade.

5)Não leve em consideração apenas uma megatendência. Adote uma abordagem holística.

 

O estudo completo pode ser consultado e baixado no site da McKinsey, aqui.

 

 

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