Além de ampliar progressivamente a compra de energia no mercado livre, a Cagepa - Companhia de Água e Esgotos da Paraíba agora investe na autoprodução de energia elétrica a partir do biogás. O objetivo é reduzir custos e os efeitos dos gases de efeito estufa. Para isso, a Cagepa está desenvolvendo um estudo de viabilidade técnica-financeira, em que a geração da energia elétrica seria produzida a partir do biogás liberado pelas ETEs - estações de tratamento de esgoto de Mangabeira, em João Pessoa, e de Catingueira, em Campina Grande, PB.

De acordo com o presidente da Cagepa, Marcus Vinícius Neves, o estudo deverá ser concluído em meados de março de 2023. “Buscar formas de reduzir os custos com energia elétrica é essencial para empresas de saneamento como a Cagepa, já que os gastos com eletricidade representam entre 28% e 30% do custo operacional da companhia. Além disso, o Brasil é o nono país do mundo que mais produz energia elétrica a partir do biogás. Ou seja, é um movimento progressivo e sustentável, em que agora a Cagepa se insere”, afirmou.

O biogás é uma mistura de vários gases: gás metano (CH4), gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), sulfeto de hidrogênio (H2S), amônia (NH3) e outros gases que aparecem em proporções menores do que 1%. O metano é um gás inflamável, inodoro, incolor e prejudicial ao meio ambiente, cujo potencial de aquecimento global é 25 vezes maior que o atribuído ao dióxido de carbono. Por isso, a recuperação do biogás tem sido promovida com o intuito de minimizar impactos ambientais e de oferecer soluções energéticas renováveis.

De acordo com o assessor da Diretoria de Operação e Manutenção da Cagepa, Antônio Teixeira, entre todos os gases presentes no biogás, o único gás combustível é o metano, onde a Cagepa poderá utilizá-lo, tanto para produzir energia elétrica, através de um gerador elétrico, como para produzir biometano para a frota de veículos da Cagepa. “O objetivo é produzir combustível renovável a partir do esgoto sanitário. Em comparação ao gás natural, o biometano diminui as emissões de dióxido de carbono e metano na atmosfera e se apresenta como uma solução inteligente para a gestão de resíduos orgânicos”, explicou.

Algumas plantas de produção de biogás a partir de ETEs já estão instaladas no Brasil, em companhias como a Embasa, Sanepar e Copasa. “A Cagepa se prepara para entrar nesse rol de empresas em consonância com os conceitos de produção mais limpa, com eficiência ambiental e energética. O processo está alinhado com as iniciativas necessárias para a promoção de uma economia de baixo carbono, uma vez que, ao utilizarmos o biogás para produzir energia, ou para produzir biometano, a Cagepa contribuirá com a redução dos gases do efeito estufa”, afirma.



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