O lançamento do satélite SWOT - Surface Water Ocean Topography a partir da base de Vandenberg, na Califórnia, EUA, permitirá ao Brasil ter informações hidrológicas de grande parte dos rios menores da bacia Amazônica até o final de 2024. O monitoramento atual contempla apenas os principais rios e afluentes. Com o novo satélite, que conta com participação do SGB - Serviço Geológico do Brasil, será possível monitorar a superfície de água de toda a bacia Amazônica, incluindo grande parte dos rios menores e de difícil acesso, sobre os quais não há dados, bem como lagos e planícies de inundação que em geral não são foco de redes de monitoramento. O SGB é uma empresa pública ligada ao Ministério das Minas e Energia, que tem como missão gerar e disseminar conhecimento geocientífico no Brasil, atuando em diversas áreas, entre as quais, geologia, hidrologia, pesquisas sobre recursos minerais e gestão territorial.

“O SWOT como uma ferramenta de sensoriamento remoto é capaz de obter informação hidrológica em regiões de difícil acesso e restritas”, explica o engenheiro do Departamento de Hidrologia e da Divisão de Hidrologia Aplicada do SGB, Daniel Moreira. Segundo ele, o novo satélite vai aumentar o volume de informações hidrológicas no território brasileiro, principalmente em bacias transfronteiriças, como da Amazônia, nas quais rios de outros países que drenam água para o território brasileiro poderão ser monitorados. “Essa informação adicional aumenta a qualidade de previsões de eventos extremos, mas também representa um salto na tecnologia de monitoramento hidrológico”.

Segundo ele, o novo satélite irá produzir imagens de elevação de superfície de água, “podendo se obter a declividade de rios com uma resolução sem precedentes, além de monitorar diversas áreas que nunca foram monitoradas, tudo isso irá proporcionar informação inédita para vários estudos serem realizados”. O SWOT, que estará a 890 km de altitude na órbita da Terra, é a primeira missão de hidrologia espacial que estudará quase toda a água doce na superfície da Terra. O satélite, que pesa 2000 kg e tem 16 metros e envergadura, permitirá medir o nível de água de lagos, rios, reservatórios e suas variações ao longo do tempo.

A missão do satélite SWOT, que conta com a parceria do Serviço Geológico do Brasil desde 2015, permitirá que oceanógrafos de todo o mundo observem a dinâmica oceânica em uma escala de algumas dezenas de quilômetros, caracterizando com precisão as circulações de mesoescala e submesoescala, que desempenham um papel importante no transporte de energia nos oceanos. O SWOT fornecerá informações sobre a circulação costeira e seus efeitos na vida marinha, nos ecossistemas e na qualidade da água em um nível de detalhamento sem precedentes que nos ensinará muito sobre as mudanças climáticas em curso.

Além disso, o SWOT vai obter dados de países vizinhos ao Brasil que não têm redes de monitoramento. “Essa informação hidrológica oriunda do SWOT nesses países também vai ajudar a prever cheias/secas na bacia Amazônica, pois geralmente essas cheias começam a dar os sinais nas cabeceiras dos grandes rios Amazônicos que nascem, por exemplo, na Bolívia ou na Colômbia. Assim o SWOT, sendo capaz de obter uma informação de início de cheia num desses rios fora do território brasileiro, proporcionará com essa informação um melhor controle e planejamento para chegada da cheia/seca no território brasileiro”, explica ele.



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