A renovação da infraestrutura de distribuição de água no setor de abastecimento Sumaré, que atende 15 mil ligações e cerca de 220 mil habitantes em 10 bairros da região oeste da capital paulista, permitiu uma economia de 120 mil m3 por mês, o equivalente a cerca de  10% do volume total distribuído. A obra foi executada em contrato de performance com duração de cinco anos assinado entre a Sabesp, Suez e Effico Saneamento, empresa do grupo Efficopar, de São Paulo, que começou suas atividades em 2004 como B&B Engenharia, especializada em eficiência operacional em serviços de saneamento básico em sistemas de abastecimento de água e coleta e afastamento de esgoto.

Com investimentos da ordem de R$ 70 milhões, as obras tiveram início em fevereiro de 2021 e se estenderam até agosto de 2022. A Efficopar contou com o aporte da Proparco, por meio do fundo Vinci Impacto e Retorno (VIR IV), da Vinci Partners. A Proparco é o braço privado da AFD - Agência Francesa de Desenvolvimento, uma das maiores instituições financeiras do mundo, cujo foco é investir em ações e empresas para projetos de impacto ambiental e social. Françoise Lombard, CEO global da Proparco, em recente visita ao país, afirmou que o Brasil é um mercado prioritário para a entidade, com destaque para o saneamento, ao lado de energia e transportes.

O trabalho da Effico incluiu a  otimização da elevatória Sumaré além de setorizações das redes de distribuição com a instalação de nove VRPs - válvulas redutoras de pressão e recuperação de duas VPRs existentes, pesquisas de vazamentos e troca de infraestrutura de tubulações. Foram criados seis distritos de medição e controle com macromedidores de vazão de água. “Antes tanto as cotas altas como as baixas recebiam a água sem o controle de  pressão, o que causava vazamentos na rede e intercorrências  no fornecimento em algumas localidades”, disse Eduardo Bulhões Filho (à direita na foto), diretor comercial e de mercado da Effico  Saneamento. A elevatória atende os bairros de Sumaré, Perdizes, Pacaembu, Higienópolis, Cerqueira César, Jardim América, Vila Madalena, Consolação, Jardim Paulista e Vila Pompeia. Além de reduzir a perda de água (o volume economizado poderia atender cerca de 40 mil pessoas em um mês), o trabalho possibilitou diminuir os custos de operação da elevatória, com o menor bombeamento e, consequentemente, menor consumo de energia. “Isso sem considerar a melhor imagem da companhia junto à população, que pode ter maior confiança com relação à prestação do serviço”.

A água chega  ao reservatório Sumaré já tratada, onde é armazenada e depois distribuída aos 10 bairros por meio de uma rede de 231 km. Foram implantados 9 km de tubos de PEAD utilizando tanto o método convencional com vala a céu aberto como por MND – método não destrutivo. Segundo o diretor, essa etapa foi um desafio por envolver obras em áreas muito movimentadas e importantes de São Paulo, como a Rua Oscar Freire e a Avenida Doutor Arnaldo, onde fica o Hospital das Clínicas, o maior complexo hospitalar da América Latina e principal cliente da Sabesp, além de estações do metrô da linha verde. Todo o estudo foi realizado com simulações hidráulicas e o mapeamento subterrâneo foi realizado com o uso de georradar, que apontaram obstáculos como 22 tubos de ventilação de ar do metrô. “Qualquer intervenção descuidada poderia causar transtornos aos passageiros”, afirma o diretor.

A equipe da Effico Saneamento também reativou uma adutora de 1,7 km com 700 mm de diâmetro até o reservatório Jardim América, permitindo  o melhor controle da pressão da água até os consumidores, retirando o abastecimento em marcha. Essa adutora, que estava desativada, foi reabilitada e comissionada.

A Proparco chegou ao Brasil em 2007, de olho em setores como agricultura, geração de energia, infraestrutura, educação, saúde e inclusão financeira. O investimento acumulado é de US$ 1,3 bilhão. As principais investidas são PMEs – pequenas e médias empresas alinhadas ao Acordo de Paris e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A instituição tem como foco projetos sociais e ambientais.

Investe 46% dos recursos em instituições financeiras e fundos de private equity que alocam os recursos em setores prioritários, com o compromisso de utilizar o dinheiro para investir em atividades de mitigação das mudanças climáticas, como cogeração de energia, eficiência energética e energia renovável, além de fundos voltados para o financiamento de tecnologias limpas e soluções sustentáveis. Além da Efficopar, a Proparco investiu na Pró Infusion, de manipulação farmacêutica.



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