Rios poluídos, estações de tratamento de efluentes e lagoas de estabilização podem melhorar a qualidade das suas águas tendo a própria natureza como aliada e ajuda de tecnologias que aceleram o processo de biodegradação dos contaminantes. A LiaMarinha, uma startup de Mariana, MG, desenvolveu uma solução de tratamento e recuperação de ambientes aquáticos baseada em técnicas de bioengenharia e fitorremediação que dispensa o uso de produtos químicos e energia elétrica, de fácil operação e manutenção.

Entre os produtos ofertados pela LiaMarinha está a ETN - Estação de Tratamento Natural, um sistema composto por ilhas e barreiras filtrantes que reduz os contaminantes orgânicos e inorgânicos da água e melhora o desempenho de lagoas de estabilização. A solução é modular e passiva e a fitorremediação ocorre in situ, ou seja, no próprio rio ou lagoa. “O desenvolvimento se diferencia das barreiras de contenção convencionais porque, além de reduzir o tempo de sedimentação das partículas sólidas, melhorando a turbidez, também faz a adsorção de metais”, diz William Pessôa, fundador e diretor da LiaMarinha.

Segundo ele, o processo utiliza plantas e fibras orgânicas naturais que favorecem o trabalho dos microrganismos. As plantas ficam em um módulo flutuante onde são cultivadas de forma hidropônica. Todo o trabalho de remediação é feito na raiz, dispensando leito filtrante. Os módulos plantados podem atuar individualmente ou em conjunto, sem limitação de capacidade.

Fundada em 2017, a LiaMarinha surgiu com objetivo de trabalhar com tecnologias ecológicas para o tratamento de água e auxiliar na recuperação da Bacia do Rio Doce, por meio de uma parceria com a Fundação Renova, entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que resultou no desenvolvimento da ETN - Estação de Tratamento Natural. A empresa está incubada no Tecnoparque da UFV – Universidade Federal de Viçosa, MG. No final de setembro, foi uma das 25 selecionadas pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, em parceria com o consórcio AWL - Artemisia, Wayra e Liga Ventures, para receber apoio para alavancar seus negócios, no programa BNDES Garagem - Negócios de Impacto.

A ETN destina-se não somente ao mercado de mineração, seu carro-chefe e já com projetos implantados, mas também para aplicações em saneamento, pecuária e recuperação de ambientes com águas contaminadas com metais, ricos em nutrientes e/ou em processo de eutrofização. “Ainda não fornecemos para empresas de água e esgoto, mas já estamos em conversa. Há muitas oportunidades no setor, em especial junto às empresas privadas, que são mais abertas a inovações”, diz o diretor.

De acordo com ele, a LiaMarinha desenvolve e implanta o projeto sob medida. “Atendemos os nossos clientes em todas as etapas, desde o estudo técnico preliminar até a execução e monitoramento”, diz. Os resultados valem o investimento. “A tecnologia valoriza locais degradados, regenera o meio ambiente e agrega beleza paisagística, além dos benefícios do sequestro de carbono e ambientes mais verdes para a integração de pessoas”, finaliza.



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