O Consórcio PCJ divulgou um boletim sobre a disponibilidade hídrica nas Bacias PCJ, com o comportamento das precipitações de chuvas em julho e seu impacto no balanço hídrico da região. O documento mostra que, a permanecer o comportamento climático atual, o Sistema Cantareira, importante reserva de água para as Bacias PCJ e para a Grande São Paulo, deverá chegar em dezembro de 2021 com apenas 20,20% do seu volume útil. Esse dado é parecido com o verificado em dezembro de 2013, quando o sistema bateu os 21% de reserva, o que levou o Consórcio PCJ a liberar o primeiro alerta para a potencial crise hídrica que se confirmou no ano seguinte.

As chuvas neste ano estão abaixo da média histórica. Apenas os meses de janeiro e julho conseguiram apresentar volume acumulado de precipitações dentro do esperado para a região das Bacias PCJ, mas na média anual o volume está abaixo do esperado. No Sistema Cantareira esse dado é ainda mais preocupante, uma vez que em nenhum mês de 2021 choveu dentro da média para o período.

Esse comportamento climático tem impactado as vazões dos rios das Bacias PCJ, diminuindo o volume de água disponível. Por exemplo, o Rio Piracicaba registrou vazão média para julho de 21,09 m³/s, quando o esperado é de 63,01 m³/s.

Mesmo fenômeno tem sido verificado em todos os rios da região e, inclusive, nas vazões de afluência ao Cantareira, ou seja, no volume de água que chega até os reservatórios. Essas ocorrências levam a equipe técnica do Consórcio PCJ a entender que a bacia hidrográfica está sob ação de um evento climático extremo e com poder para causar impactos em 2021 e com reflexos no próximo ano.

Os municípios atendidos pelo Sistema Cantareira, ou seja, aqueles que estão localizados nas calhas dos Rios Atibaia, Jaguari e Piracicaba, tendem a estar mais seguros, devido às vazões adicionais dos reservatórios, mas se esse fenômeno climático seguir neste ano e início de 2022, poderão no próximo ciclo seco ter problemas de disponibilidade. Porém, os municípios que estão nas bacias não atendidas pelo Cantareira podem enfrentar escassez severa já neste ano, especialmente entre agosto e outubro, quando a estiagem se intensifica.

Na conclusão do Boletim, o Consórcio PCJ atenta que o momento é de alerta e que as precipitações abaixo da média vêm sendo verificadas nos últimos quatro anos, contudo, o que se nota em 2021 é uma intensidade maior ainda. Diante desse cenário, a entidade recomendou aos municípios para iniciarem ações de contingenciamento, como campanhas de uso racional da água e execução de obras de ampliação da reserva de água bruta ou tratada para quando as chuvas voltarem a ocorrer, além de medidas de longo prazo como reflorestamento de nascente e matas ciliares, desassoreamento de reservatórios já implantados e recuperação de mananciais.



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