O Instituto Trata Brasil, com parceria institucional da Asfamas - Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento e elaboração da consultoria GO Associados, divulga seu mais novo estudo: Perdas de água potável (2021, ano base 2019): Desafios para a disponibilidade hídrica e ao avanço da eficiência do saneamento básico. O estudo foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2019) e contempla uma análise do Brasil, bem como as 100 maiores cidades – os mesmos municípios do Ranking do Saneamento Básico (site do Trata Brasil).

Quase 40% (39,2%) de toda água potável captada não chega de forma oficial às residências do país, o que representa o volume equivalente a 7,5 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente ou sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do Estado de São Paulo.

Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), a quantidade é suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano, ou 30% da população brasileira em 2019. Esse volume seria, portanto, mais que suficiente para levar água aos quase 35 milhões de brasileiros que não possuem acesso nem para lavar as mãos em plena pandemia.

Além de atender a este enorme contingente de brasileiros, no que se refere ao impacto ambiental, o volume de água que poderia ser economizado da natureza certamente ajudaria a manter mais cheios os rios e reservatórios espalhados pelo país. Em várias localidades brasileiras há escassez de chuvas e, de acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a precipitação deste ano pode ser o menor dos últimos 91 anos, colocando em risco os reservatórios de água para abastecimento, mas também os voltados à geração de energia elétrica.

Uma redução dos atuais 40% de Índice Perdas de Faturamento Total para valores próximos a 25%, meta prevista pela Portaria Nº 490 do MDR - Ministério do Desenvolvimento Regional, permitiria a economia de um volume da ordem de 2,2 bilhões de m³. Significa que, mesmo se conseguirmos uma redução não tão ambiciosa nas perdas de água, já seria volume suficiente para atender a aproximadamente 39 milhões de brasileiros num ano – número equivalente aos brasileiros historicamente sem acesso.

Para efeito de comparação com outros países, foi utilizada como referência a International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities (IBNET) e, como indicador, o Índice de Perda de Faturamento Total (IPFT). Nesse caso, o Brasil registrou (em 2019) um IPFT de 41%, ou seja, pior que países como Camarões (40%), África do Sul (34%), Etiópia (29%), Reino Unido (21%), Polônia (17%), entre outros.

Considerando-se a análise de dois indicadores, Índice de Perdas na Distribuição e Índice de Perdas por Ligação, o estado de Goiás foi o que apresentou a menor perda, com 19%, e o Amapá, a maior, com 74%. 15 Unidades da Federação apresentam indicadores piores que a média nacional.

Ao analisar as 100 maiores cidades do país, embora com médias ruins nos estados e regiões, há cidades com bons índices, já adequados às metas de excelência estabelecidas para 2034 pela Portaria Nº 490 do MDR (25% em perdas na distribuição e de 216 L/ligação/dia). Operadores mais eficientes buscam chegar a esses baixos níveis. Por exemplo, Blumenau, SC, tem 16,38% de perdas na distribuição e 117,33 L por ligação. Limeira, SP, tem 12,25% na distribuição e 77,97 L por ligação.

Dados do relatório completo estão disponíveis no site do Trata Brasil (www.tratabrasil.org.br).

 



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