A Sabesp firmou um contrato para a implantação de uma usina de reciclagem para a produção de base asfáltica a partir de resíduos de obras de saneamento. O objetivo é melhorar a qualidade da reposição do pavimento nos serviços da companhia em vias públicas e reduzir o descarte de resíduos sólidos em aterros, iniciativa alinhada com a estratégia da companhia de adotar a economia circular, que foca na otimização e no reaproveitamento de materiais.

A usina de reciclagem foi contratada por meio de licitação, vencida pelo consórcio Reintegrar, formado pelas empresas Fremix e Soebe. Serão investidos no projeto R$ 29,6 milhões em 30 meses.

Segundo o diretor-presidente da Sabesp, Benedito Braga, a nova usina se encaixa na busca pela inovação. “A Sabesp procura o desenvolvimento, a inovação, a economia circular, o uso das boas práticas. Estamos sempre na fronteira tecnológica, com exemplos no tratamento de água ou na transformação de lodo em energia. E agora estamos fazendo uma usina de reciclagem de asfalto”, diz.

O asfalto espumado será produzido com uma técnica que utiliza injeção de ar e de água sob pressão no cimento asfáltico aquecido. Segundo a companhia, o resultado é um produto com maior capacidade para suportar o tráfego de veículos, dando mais flexibilidade ao pavimento, diminuindo o risco do surgimento de trincas e ainda possibilita a liberação imediata para o tráfego.

A matéria-prima para a produção do asfalto serão as sobras (pedaços de asfalto, concreto, sarjeta, por exemplo) das obras da Sabesp, como as de implantação de redes de água e esgoto e as do Novo Rio Pinheiros, programa de saneamento na bacia para despoluir o rio até 2022. O projeto também utilizará o novo asfalto.

“Será reaproveitado um material nobre, mas que, se não tomarmos cuidado, vira um problema para a sociedade. Com isso ganhamos em várias frentes: não depositando um material que tem valor energético excelente, dando exemplo para a população de que os resíduos devem ser reciclados e, além de tudo, fazendo algo de maior tecnologia do que o existente, ou seja, gerando uma melhoria das condições”, explica Liedi Bernucci, diretora da Escola Politécnica da USP.

A usina de reciclagem terá capacidade para produzir ao ano até 1 milhão de m² de reposição asfáltica, o que equivale a 14 vezes a área das pistas da avenida Paulista. Com a reciclagem das sobras das obras, a companhia espera deixar de descartar por ano 150 toneladas de material nos aterros sanitários (ou 8 mil caminhões cheios), o que atende às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos e dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU – Organização das Nações Unidas. Também reduzirá em até 80% a compra de brita, gerando menos impacto ambiental.

Pelo contrato, o consórcio, além de implantar e operar a usina de reciclagem, desenvolverá estudos e soluções tecnológicas para os problemas enfrentados nas reposições asfálticas dos pavimentos, com a participação de profissionais da Sabesp, Prefeitura de São Paulo e da Escola Politécnica. O resultado permitirá a incorporação de novas técnicas e novos padrões nos trabalhos de pavimentação na cidade. A previsão é que a usina seja implantada até fevereiro de 2021.



Mais Notícias HYDRO



Tecnologia integrada fortalece expansão da Alphatek no saneamento brasileiro

Empresa oferece equipamentos plug & play, com automação embarcada e operação remota.

02/12/2025


ENGIE seleciona cinco projetos no Nordeste para investir em conservação da água

Ações serão realizadas nos estados da Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte.

02/12/2025


Estudo aponta que somente 13 dos 100 maiores municípios do país atendem os padrões de excelência em perdas de água

Controlar as perdas de água significa ter maior disponibilidade do recurso hídrico para a população sem a necessidade de aumentar o volume de água captado.

02/12/2025