A startup paranaense Chemical Inovação iniciou um novo ciclo de crescimento com a internacionalização de sua tecnologia de monitoramento da qualidade da água. Incubada pela Intec, do Tecpar - Instituto de Tecnologia do Paraná, a empresa firmou um Acordo de Cooperação Técnica com a Câmara de Comércio das Beiras, em Portugal, para apoiar sua entrada no mercado europeu.

Criada pela química Elaine Pires, a empresa nasceu de um trabalho acadêmico e evoluiu para uma plataforma de monitoramento contínuo da água. O principal produto, o sensor Water Drop MARAI, realiza centenas de leituras automáticas por dia — como pH, turbidez e temperatura — e envia os dados para uma plataforma digital, permitindo diagnósticos instantâneos e alertas precoces de contaminação.

A solução corporativa é uma expansão do aplicativo MARAI, lançado em 2017, que fazia um pré-diagnóstico da água pelo celular. Com o apoio do Tecpar, a startup avançou para um dispositivo físico capaz de operar em ambientes industriais e sistemas de abastecimento. O equipamento passou por validação técnica do Senai, no programa Smart Factory, em parceria com o BNDES, sendo testado em 16 indústrias de diferentes segmentos.

Segundo Elaine, a plataforma já superou 500 mil medições em campo e conta com cerca de 20 implementações comerciais em setores como saneamento, indústria química, alimentícia e têxtil. Ela destaca que o uso do sensor tem permitido otimizar o consumo de químicos, reduzir riscos de não conformidade e oferecer dados auditáveis para gestão ambiental.

Para garantir escalabilidade, a Chemical desenvolveu processos industriais próprios, como manuais de calibração e o Jiga Test, sistema que simula condições reais de operação e padroniza a verificação funcional e de segurança de cada sensor produzido.

O diretor-presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, afirma que a incubadora tem o objetivo de impulsionar projetos de base tecnológica no Estado, fornecendo suporte técnico, acesso a laboratórios e orientação de negócios. Para o gerente do Creative Hub do instituto, Rogério Moreira de Oliveira, o avanço da Chemical demonstra a maturidade do ecossistema de inovação do Paraná, especialmente em tecnologias ambientais.

A empresa também concluiu uma rodada de investimento-anjo liderada pela aceleradora WOW, que aportou capital e networking. Com o desempenho comercial consolidado, a Chemical projeta multiplicar seu faturamento em 2026, superando a marca de R$ 1 milhão.

A Intec, criada em 1989 e considerada a primeira incubadora tecnológica do Paraná, mantém edital aberto para novas empresas com foco em soluções inovadoras para água, saneamento, indústria e meio ambiente — exatamente o perfil que permitiu à Chemical transformar um TCC em produto industrial com alcance internacional.



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