A fabricante Tubinox Tubos e Conexões, de São Paulo, participou pela primeira vez da Fenasan apresentando sua linha de tubos e conexões em aço inoxidável, um material que, segundo o fundador e diretor Marcelo Fernandes, pode contribuir significativamente para a redução das perdas de água tratada — um dos principais desafios do setor de saneamento no Brasil.
“Nosso foco inicial era o setor sucroalcooleiro, mas uma demanda emergencial de uma empreiteira de saneamento nos abriu uma nova frente de atuação”, contou Fernandes. “Atendemos um pedido urgente, deu certo, e esse cliente acabou indicando outro, que indicou outro, e assim fomos crescendo. Hoje, estamos estruturando uma célula dentro da fábrica só para atender o mercado de saneamento.”
A Tubinox fabrica tubos com diâmetros de ¼ até 60 polegadas, voltados para a condução de água e outros fluidos. A produção, localizada em São Paulo, alcança 150 toneladas por mês, sendo cerca de 80 toneladas destinadas à linha de saneamento. “Temos a linha completa, como conexões, curvas, reduções, adaptadores, tudo certificado e já homologado pela Sabesp. É um mercado exigente. Fomos nos adaptando nos últimos anos e já estamos bem posicionados”, afirmou.
A principal aposta da empresa é a superior durabilidade e resistência à corrosão do aço inoxidável, características que se traduzem em menor necessidade de manutenção e, consequentemente, em redução de perdas de água por vazazmentos. “O aço inox não enferruja, não solta ferrugem na água, e dura cerca de dez vezes mais que o aço carbono. Embora o custo inicial seja maior, cerca do dobro, o ganho ao longo do tempo é muito superior”, explicou o diretor.
Além de resistir à corrosão, o aço inoxidável permite fabricar tubos mais leves, com espessura até 30% menor que os de aço carbono, sem comprometer a resistência à pressão. “O produto fica mais leve, o manuseio é mais fácil e a durabilidade é muito maior. É uma solução que traz eficiência e sustentabilidade para o ciclo de vida das redes de distribuição”, disse Fernandes.
A eficiência proporcionada pelo material ganha relevância diante das metas do marco do saneamento, que prevê a redução das perdas na distribuição de água tratada para no máximo 25% até 2033. Hoje, segundo o SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, as perdas médias no país giram entre 36% e 40%, podendo ultrapassar 50% em alguns estados do Norte e Nordeste.
Essas perdas representam quase metade da água tratada que não chega ao consumidor final, seja por vazamentos, fraudes, ligações clandestinas ou falhas de medição. “O uso do aço inox pode fazer parte da solução. É um material que praticamente elimina o problema de vazamentos decorrentes de corrosão e aumenta muito a vida útil da rede”, destacou o executivo.
Embora ainda pouco utilizado no saneamento brasileiro, o aço inoxidável já demonstrou resultados expressivos em outros países. É o caso de Tóquio, no Japão, onde a substituição total das tubulações convencionais por aço inox, na década de 1980, reduziu as perdas de água de 15,4% para apenas 2%.
“Esse tipo de experiência mostra o potencial do material. É algo consolidado em mercados mais maduros, e agora o Brasil está começando a olhar com mais atenção para isso. A Fenasan foi uma vitrine excelente para mostrar essa tecnologia”, comentou.
Com fábrica própria de 5500 m², a Tubinox é uma empresa 100% nacional e vê no setor de saneamento um caminho estratégico para o crescimento. “O mercado está aquecido com os investimentos do novo marco regulatório. Acreditamos muito no aço inox como uma alternativa para trazer durabilidade, eficiência e sustentabilidade às redes brasileiras. Precisamos incentivar o mercado interno e valorizar soluções nacionais e a geração de empregos”, concluiu Marcelo Fernandes.
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