A canadense DBO International apresentou na Fenasan a Hydrobiox, uma estação de tratamento de esgoto 100% passiva, cuja distribuição no Brasil é feita pela Pi² Technologies em parceria com a Alpha Water, de São Bernardo do Campo, SP. A tecnologia, já patenteada no país, foi concebida para oferecer uma alternativa sustentável e de baixo custo operacional ao tratamento convencional. Por funcionar sem eletricidade, sem partes mecânicas e sem geração de lodo, o sistema elimina despesas com energia e manutenção, oferecendo operação contínua e durabilidade superior a 35 anos, sendo indicada especialmente para comunidades isoladas e rurais.
Segundo José Luis Izaguirre, diretor da DBO, o sistema Hydrobiox é um tratamento secundário que pode ser instalado após unidades primárias, como fossas sépticas ou biodigestores. “É um processo biológico de filtração e percolação da água em um só sistema, totalmente por gravidade. Ele não utiliza bombas nem componentes elétricos, sendo autossuficiente e sem necessidade de manutenção”, explica. O princípio de funcionamento baseia-se no desenvolvimento de uma biopelícula bacteriana sobre um suporte geotêxtil, dentro de um tubo corrugado. A turbulência gerada pelo fluxo natural promove aeração, garantindo níveis de oxigênio dissolvido de 2 a 6 mg/L — suficientes para um processo combinado aeróbico e anaeróbico, que remove a carga orgânica do efluente.
Após o tratamento biológico, a água passa por uma camada de areia de cerca de 30 cm, que completa a etapa de filtração. “A partir daí, é possível infiltrar o efluente tratado no solo ou reaproveitá-lo, coletando em tanques ou geomembranas impermeáveis para usos não potáveis, como irrigação, limpeza de vias, lavagem de veículos ou abastecimento industrial”, detalha. Os resultados obtidos em testes internacionais, como os realizados em Quebec e Dubai, apontam concentrações de DBO e DQO abaixo de 20 mg/L — desempenho superior ao exigido pelas normas brasileiras.
O sistema, produzido no Canadá e montado no Brasil, atende às exigências da Resolução Conama 430/2011, à norma NBR 17.076:2024, ao Decreto Estadual nº 8468/76 (São Paulo) e à Deliberação Normativa COPAM-CERH/MG nº 8/2022. Cada módulo da Hydrobiox trata até 500 litros por dia e ocupa cerca de 7 m² de área, ficando totalmente enterrado. O desenho modular permite ampliar a capacidade conforme a demanda, chegando a sistemas descentralizados de até 300 mil litros por dia. “Por estar enterrado, o espaço pode ser reaproveitado para jardins, áreas verdes ou campos de futebol, sem prejuízo ao terreno”, observa o diretor.
A Hydrobiox também se destaca por não gerar resíduos sólidos nem precisar de substituição de meios filtrantes. “Não há bloqueios nos dutos, o sistema não colmata. Ele é desenhado para operar por décadas com eficiência constante”, reforça. Com garantia de 20 anos sobre componentes e estrutura, o sistema vem sendo aplicado em diferentes regiões do mundo desde 1987 e mantém operação plena mesmo em unidades instaladas há mais de 30 anos. No Brasil, a primeira implantação foi feita pela Alpha Water na comunidade de Alfredo Graça, em Minas Gerais, com dois módulos de 500 litros por dia, como projeto piloto para futura expansão.
Com sua operação autônoma, ausência de consumo energético e reaproveitamento de água tratada, a Hydrobiox se apresenta como uma alternativa estratégica para ampliar o saneamento em localidades afastadas ou com infraestrutura limitada, contribuindo para reduzir perdas, emissões e consumo de água potável — pontos críticos para o avanço do setor e o cumprimento das metas ambientais e de universalização.
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