A tecnologia de ultrafiltração por membranas vem conquistando espaço no setor de saneamento brasileiro. A Aquamec, com sede em Itu, SP, está apresentando unidades móveis de filtração, totalmente montadas em contêineres e prontas para operação em poucos dias, vêm sendo adotadas por companhias públicas e privadas para garantir continuidade de abastecimento, reforço sazonal e suporte a obras de retrofit de estações fixas.

Segundo Pedro Carmona, do departamento técnico-comercial da empresa, a Aquamec já tem mais de 20 unidades em operação, entre contratos de locação e venda, e mantém produção contínua para atender novas demandas. “Temos cerca de 25 estações em funcionamento e fabricamos mais conforme a necessidade do cliente”, afirma.

Cada estação ocupa um contêiner de 40 pés, capaz de tratar até 50 L/s (180 m³/h). Quando é necessário aumentar a vazão, as unidades podem ser combinadas — em Porto Alegre, RS, por exemplo, o DMAE utiliza seis contêineres que somam entre 300 e 350 L/s, em sistema instalado há mais de quatro anos.

O sistema é plug and play, com todos os componentes integrados — membranas, bombas, tanques, painéis e controle automatizado —, exigindo apenas conexão elétrica e hidráulica. “A implantação pode ser feita em até 15 dias, e o espaço ocupado é muito menor do que o de uma estação convencional”, explica Carmona.

As membranas de ultrafiltração de fibra oca, fornecidas pela DuPont, são o coração do sistema. Cada contêiner pode abrigar até 48 módulos, ajustáveis conforme a vazão requerida. A tecnologia assegura remoção de 99% de vírus e bactérias e turbidez final inferior a 0,2 NTU, dispensando, em muitos casos, o uso de coagulantes. “A qualidade da água é garantida, e a operação é 100% automatizada, com manutenção basicamente preventiva”, acrescenta.

Além de DMAE, as soluções da Aquamec estão em uso na Sabesp, em Bertioga e Ilhabela, onde reforçam o abastecimento durante o verão, e na Cagece, que adquiriu quatro unidades para cidades do interior do Ceará.

Segundo Carmona, a flexibilidade operacional e a confiabilidade do sistema são decisivas para esse avanço. “São estações compactas e transportáveis, ideais para situações de emergência ou aumento temporário da demanda. As companhias podem deslocar a unidade de um ponto a outro com rapidez”, observa.

As unidades podem operar de modo autônomo ou combinado e contam com pré-tratamento por gradeamento e, quando necessário, coagulação superficial. A etapa de ultrafiltração garante barreira física eficaz contra microrganismos como Legionella, Clostridium perfringens e Cryptosporidium, conforme especificações da empresa.

O modelo de negócio também favorece a disseminação da tecnologia. A Aquamec oferece tanto o aluguel com operação conjunta, como no caso do DMAE, quanto a venda com capacitação do cliente. Em ambas as modalidades, a empresa participa da fase inicial de operação para garantir desempenho e treinamento.

A fábrica da Aquamec produz todos os equipamentos no Brasil, adaptando as configurações de acordo com as condições locais e as exigências do contratante. O catálogo técnico aponta consumo elétrico de cerca de 60 kW, tanques para soluções químicas de limpeza (CIP) e sistema de controle remoto com interface LAN ou 3G.

O crescimento das aplicações em saneamento tem sido expressivo. “É uma tecnologia consolidada no exterior e que, nos últimos três ou quatro anos, se expandiu muito aqui”, avalia Carmona. A tendência, segundo ele, é de continuidade: “A facilidade de implantação, a mobilidade e a qualidade da água tratada tornam essas estações um investimento seguro para as companhias que precisam de resposta rápida e eficiente”.