A B&F Dias apresentou ao mercado brasileiro, pela primeira vez durante a Fenasan 2025, a tecnologia Thermo-System, desenvolvida na Alemanha para a secagem solar de lodo proveniente de ETEs - Estações de Tratamento de Esgoto. O sistema utiliza um equipamento autopropelido chamado Electric Mole, batizado no Brasil de “tatu elétrico”, que realiza o revolvimento contínuo do lodo dentro de uma estufa especialmente projetada, acelerando o processo e garantindo uniformidade na secagem.
O gerente comercial da empresa, Francisco Faus, explicou que o equipamento é “o coração do sistema” e foi importado temporariamente para demonstração durante a feira. O modelo deverá ser vendido no país após aprovação definitiva de importação, com várias propostas já em negociação. “A ideia é introduzir uma tecnologia de referência na Europa, que combina automação, sustentabilidade e baixo custo operacional”, afirmou.
O tatu elétrico movimenta-se de forma autônoma no interior da estufa, revolvendo o lodo para evitar que a secagem ocorra apenas na superfície. O sistema é totalmente automatizado e controlado por microprocessador, que monitora temperaturas interna e externa e níveis de umidade, acionando e desligando ventiladores conforme a necessidade. Alimentado por motores elétricos, o equipamento realiza tração, curvas e revolvimento sem intervenção manual.
Segundo Faus, a tecnologia é dimensionada para lodos com 15% a 23% de sólidos, geralmente após centrifugação ou filtragem, e pode elevar esse índice para 60% a 80% em um ciclo de 10 a 15 dias. O processo é feito por bateladas, com o lodo disposto em camadas de cerca de 40 cm dentro da estufa. O resultado é a redução de volume e a valorização do resíduo, que pode ser reaproveitado como combustível ou biofertilizante agrícola, em vez de ser destinado a aterros.
“Com o aumento do tratamento de efluentes, o volume de lodo gerado cresce rapidamente, e os aterros já não querem mais recebê-lo. A secagem solar resolve esse problema com baixo custo e impacto ambiental reduzido”, destacou o gerente.
A estufa é construída por fornecedores locais credenciados, seguindo o dimensionamento e padrão da Thermo-System. Sua estrutura de policarbonato aproveita a radiação solar para aquecer o ar interno, enquanto ventiladores promovem circulação constante. O cliente é responsável pela obra civil, incluindo base de concreto e paredes perimetrais.
Entre as vantagens, o sistema consome pouca energia elétrica, utiliza energia solar como fonte primária e dispensa combustíveis fósseis, diferentemente de secadores térmicos convencionais. Isso resulta em baixo custo operacional e maior aderência a metas de sustentabilidade.
“A proposta é transformar o lodo de um passivo ambiental em um recurso aproveitável, com uma solução limpa e eficiente”, concluiu Faus. A B&F Dias, representante exclusiva da Thermo-System no Brasil, espera que o primeiro sistema comercial entre em operação ainda em 2026.
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