A modernização e o uso de novas tecnologias na ETE - estação de tratamento de esgoto em Santa Helena, no oeste do Paraná, transformaram a unidade em modelo a ser replicado em outras cidades. A antiga ETE, que utilizava lagoas para tratar o esgoto, ganhou um sistema de lodos ativados com Reatores Sequenciais em Bateladas (SBR, na sigla em inglês). Essa tecnologia faz o tratamento biológico do esgoto com aeração prolongada, aumentando o volume de lodo gerado no processo.

Para fazer o tratamento desse lodo, a Sanepar converteu uma das antigas lagoas em canteiros que usam plantas aquáticas, chamados de wetlands. Do inglês, o termo wetlands pode ser traduzido como áreas úmidas, um habitat favorável a plantas aquáticas com capacidade de depuração de matéria orgânica e outros poluentes. Na ETE de Santa Helena, são utilizadas espécies nativas, como taboa, papiro brasileiro e junco, escolhidas para garantir maior biodiversidade. Essas plantas auxiliam no processo de mineralização do lodo, transformando-o em um material com propriedades semelhantes às do solo.

O novo sistema, em operação há mais de três anos, vem apresentando resultados tão favoráveis que está servindo de referência para novos projetos da Sanepar. Um exemplo é uma cooperação com a Itaipu Binacional e o Parque Tecnológico Itaipu para a implementação de sistemas sustentáveis de esgotamento sanitário na região oeste do Paraná.

“Ao adotarmos soluções baseadas na natureza visamos o aprimoramento de nossos processos a partir de bases sustentáveis, aderindo a uma agenda internacional voltada à economia de baixo impacto e a geração de valor para a sociedade”, afirma o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile.

Em Santa Helena, a estação de tratamento de esgoto é uma das mais modernas do Paraná. O sistema tem dois tanques de aço vitrificado com tecnologia SBR. A capacidade média de tratamento é de 30 L/s, com eficiência de remoção de carga orgânica superior a 98%. Todo o processo é automatizado, o que permite que a operação seja remota. A cidade tem, atualmente, índice de 82% de coleta de esgoto e 100% de tratamento.

Uma das antigas lagoas de tratamento de esgoto foi aproveitada e convertida em 12 canteiros de mineralização de lodo, com 1,80 metro de profundidade e 4334 metros quadrados de área. O fundo dos leitos foi impermeabilizado e possui um sistema diferenciado de drenagem, possibilitando que o líquido percolado seja coletado e retorne ao início do processo de tratamento de esgoto. O sistema foi dimensionado para receber 260 toneladas de lodo por ano, por um período de 10 anos, proporcionando uma redução de volume do material de 98%. O lodo mineralizado, quando for retirado, poderá ser utilizado na agricultura com recomendações agronômicas.



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