O engajamento do setor de saneamento com as práticas ambientais, sociais e de governança ESG (da sigla em inglês para environmental, social and governance) pode também reduzir as tarifas de água e esgoto.

A avaliação é da professora do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Poli-USP, Mônica Porto, que nesta terça-feira, dia 13, participou de mesa redonda sobre o tema durante a Fenasan 2022.

“O motivo é muito objetivo’, explicou Mônica. Ao passar a se comprometer com as boas práticas, submetendo-se a avaliações de indicadores de desempenho por auditorias e de classificações por empresas de rating para atestar o seguimento aos critérios de ESG, as companhias de saneamento se credenciam a financiamentos nacionais e internacionais com taxas de juros mais baixas.

Isso porque muitas instituições financeiras hoje adotam como critério para acesso a vários recursos de títulos verdes ou de sustentabilidade (green bonds e os sustainability linked bonds, SLBs, respectivamente) as condutas dos tomadores de empréstimos. As avaliações dos indicadores de desempenho podem ampliar o acesso ao financiamento ou definir condições mais favoráveis para as dívidas.

“As companhias que aderem ao ESG vão ter dinheiro mais barato, o que vai se refletir em modicidade tarifária e em ação social”, disse Mônica, também assistente executiva da presidência da Sabesp.

Ainda para o caso de companhias listadas em bolsa, como a companhia paulista, que está na Bolsa de Nova York e de São Paulo (B3), o envolvimento com ESG também se reflete nos preços das ações, capitalizando a empresa e, da mesma forma, dando mais ferramentas para reforçar a chamada modicidade tarifária.

Uma oportunidade de melhoria dos indicadores, lembrou a professora, é transformar uma ETE em uma ação de economia circular. “Ao coletar o esgoto e levá-lo para a estação, isso significa emissão evitada, já que o metano não vai ser mais emitido nos rios”, disse.

“A economia circular na ETE continua com o aproveitamento do biometano como combustível e do lodo como biofertilizante”, pontuou a professora.



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