Usar cada vez mais ‘bactérias do bem’ como aliadas no tratamento de águas contaminadas é o caminho apontado pelo Data Bridge Market Research, instituto global de análises mercadológicas. Segundo o estudo, divulgado recentemente, o setor de tratamento biológico de efluentes, que foi de cerca de US$ 50 bilhões em 2022, subirá para algo em torno de US$ 73 bilhões até 2030. 

Segundo o relatório, à medida que se espalha o aumento dos diversos tipos de poluentes presentes nos efluentes, aumenta a quantidade que precisa ser tratada de acordo com as legislações ambientais cada vez mais rígidas. Nessa condição, torna-se invariável o desenvolvimento de inovações nos métodos de tratamento e manejo de efluentes para melhorar a eficiência energética geral da empresa, bem como sua economia e saúde financeira. 

De acordo com Monique Zorzim, engenheira ambiental e gerente de novos negócios da Superbac, especializada em biotecnologia, o uso de microrganismo em ETEs é capaz de reduzir, em média, 30% da geração do volume de lodo orgânico produzido, diminuindo ou até abolindo a necessidade de envios para os já sobrecarregados aterros sanitários. 

“Essa pesquisa confirma o que temos enxergado no Brasil, um cenário em que a biotecnologia gera economia significativa ao ser aplicada, com seus microrganismos, nos processos de tratamento de efluentes. Empresas de setores como têxtil, frigoríficos e laticínios, por exemplo, podem poupar centenas de milhares de reais por ano, além de melhorarem a qualidade e eficiência de seus processos e serem mais valorizados por mostrarem que levam à sério a filosofia ESG, respeitando a legislação ambiental”, explica a especialista.  

O estudo também aponta fatores como o aumento da população, escassez de água, o envelhecimento da infraestrutura, a rápida industrialização e as políticas rigorosas relativas ao descarte de efluentes no meio ambiente responsáveis por impulsionar o crescimento do mercado de tratamento biológico de forma exponencial.

Ainda segundo a pesquisa, o segmento aeróbio deverá responder por uma parcela maior do mercado de tratamento biológico de águas residuais devido à grande eficiência desse modelo, de fácil montagem estrutural e baixo custo de investimento. No entanto, espera-se que o segmento anaeróbio também cresça significativamente, devido ao reduzido consumo de energia, baixa produção de lodo e produção de subprodutos, incluindo gás metano, após o processo.



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