Estudo da comercializadora Trinity Energy identificou risco de liquidação negativa de negociações no mercado de curto prazo na CCEE para o setor eólico depois de implementado o PLD horário, em 1º de janeiro de 2021. A mesma avaliação da comercializadora, porém, apontou efeito positivo para usinas solares fotovoltaicas.

A análise da comercializadora confirma a lógica de que a precificação horária, com maior granularidade de preços, afeta as fontes que geram mais energia em horas de menor demanda, e, portanto, com valores mais baixos por MWh, caso das eólicas. E ao mesmo tempo confirma o benefício para a fonte solar, cuja geração se concentra durante os horários de maior consumo, durante o dia, com valores mais altos.  

O estudo da Trinity comparou os efeitos da modulação contratual de usinas eólicas no Rio Grande do Norte e solares no Piauí com o PLD horário sombra disponibilizado pela CCEE em 2019. Com o cruzamento dos dados de geração e do PLD sombra das duas usinas utilizadas no estudo de caso, foi constatado que o empreendedor eólico assume um prejuízo de cerca de R$ 10/MWh para vender sua energia de forma flat, enquanto o gerador solar colhe um benefício de cerca de R$ 1,32/MWh.

A comercializadora ressalta, porém, que os valores em risco podem mudar consideravelmente conforme a região de instalação da usina e o perfil de geração. Para o diretor da Trinity, João Sanches, a maior variação dos preços abrirá espaço para que sejam exploradas novas formas de aproveitamento dos recursos renováveis, como a implementação de usinas híbridas, que combinam duas ou mais fontes de geração usando recursos diferentes. Para ele, com o PLD horário começam a receber mais atenção também a possibilidade de instalação de bancos de baterias, para armazenamento da energia nos horários em que ela é mais barata para posterior utilização nos momentos em que seu preço for mais alto.

O diretor também vê oportunidade para as usinas hidrelétricas reversíveis, que em momentos de elevada demanda de energia elétrica funcionam como uma usina hidrelétrica tradicional, com a água escoada de um reservatório mais alto para um mais baixo, acionando uma turbina e gerando energia elétrica. Em momentos de energia com custos baixos, no entanto, é acionada a função de bombeamento, que devolverá a água do reservatório inferior para o superior, devolvendo à usina a capacidade de geração.



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