O Comitê Siderúrgico da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nota na semana passada expressando preocupação com a deterioração das condições do mercado siderúrgico global devido ao excesso de capacidade, ao recuo da demanda por aço e a intervenções governamentais em algumas economias, em especial a chinesa. A manifestação foi anterior à eclosão do conflito em Israel, que tem potencial para agravar a situação.

 

Uma recuperação gradual das condições do mercado siderúrgico global havia tido início em janeiro deste ano, mas foi de curta duração, pois a retomada econômica da China pós-Covid-19 não está correspondendo às expectativas. Os dados mais recentes apontam queda da demanda diante da preocupação crescente com a crise imobiliária da China e o impacto que ela terá nos mercados siderúrgicos internacionais.

 

Cinco anos consecutivos de crescimento da capacidade siderúrgica global levaram a um investimento excessivo na indústria, com a maior parte concentrada nas rotas de aciaria (BF/BOF, de blast furnace–basic oxygen furnace). A capacidade mundial de produção de aço está aumentando para um nível recorde de 2,5 bilhões de toneladas em 2023, muito acima das perspectivas de demanda, de acordo com a OCDE. A organização prevê que a diferença entre produção e capacidade de consumo seja da ordem de 612 milhões de toneladas.

 

“Na China, direitos de uso da terra, subsídios em dinheiro, benefícios fiscais e taxas de impostos reduzidas são comumente concedidos pelos governos locais às empresas siderúrgicas para incentivá-las a se mudarem para outras regiões, modernizarem seus equipamentos e aumentarem a concentração da siderurgia nacional, e isso está fortalecendo os produtores locais com considerável alcance global que estão investindo também no exterior para garantir suas fontes de matéria-prima e de tecnologia, inclusive por meio de joint ventures”, observou o presidente do comitê da OCDE, de acordo com o boletim semanal da Kallanish Steel, consultoria especializada no mercado de commodities.

Guerra em Israel preocupa

 

A agência divulgou também que a eclosão da guerra em Israel poderá ter um forte impacto nas exportações de aços longos da Turquia e da Rússia, com reflexos no mercado global.

Embora as exportações de aço turcas para Israel tenham diminuído 37% este ano, em razão da perda de mercado para fornecedores russos, Israel ainda representa cerca de 10% do total das exportações turcas de produtos siderúrgicos.

Em relatório especial sobre o conflito deflagrado no último dia 7, a agência informou que a duração da guerra vai desempenhar um papel importante na determinação do impacto real no mercado siderúrgico da Turquia. Os produtores de aço turcos estão preocupados com a evolução, uma vez que a possível perda do seu maior mercado de exportação ocorreria no momento em que a indústria siderúrgica localestá abalada devido aos elevados custos de produção e redução da demanda. Juntamente com a Turquia, a China e a Rússia também são parceiros comerciais importantes de Israel.

 

Imagem: Shutterstock

 

 

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