A Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações realizou, no dia 25 de setembro, em Fortaleza, CE, o evento “Conexões Políticas: a Importância dos Cabos Submarinos”, com o objetivo de discutir o impacto da construção de uma usina de dessalinização na Praia do Futuro. O evento, promovido com o apoio da Telcomp, contou com a presença do conselheiro Vicente Aquino, do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, de parlamentares e de representantes de empresas de telecomunicações e responsáveis pelo projeto.

O conselheiro Vicente Aquino explicou que o Decreto 9573/2018 promulgou a Política Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas, que abrangem instalações, serviços, ativos e sistemas cuja interrupção ou dano, total ou parcial, resulta em sérios impactos nas esferas social, ambiental, econômica, política, internacional e na segurança do Estado e da sociedade. Segundo ele, o Decreto caracteriza a segurança das infraestruturas críticas como um conjunto de medidas, de caráter preventivo e reativo, destinado a preservar ou restabelecer a prestação dos serviços relacionados às infraestruturas críticas.

“Dentro dessa perspectiva, é crucial reconhecer que as infraestruturas de telecomunicações detêm uma importância estratégica, desempenhando um papel fundamental tanto na garantia da segurança nacional e soberania quanto na promoção da integração e desenvolvimento econômico sustentável do país”, afirmou o conselheiro.

Representante da Agência no Grupo Técnico de Segurança das Infraestruturas Críticas da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Presidência da República, Aquino afirmou que o evento promovido pela Anatel buscou soluções dois importantes interesses nacionais: “Água para os que dela precisam e Internet para todos os brasileiros. Tenho certeza de que, deste encontro, surgirão caminhos alternativos, sugestões para que superemos o conflito posto hoje aqui em discussão”.

Também presente ao evento, o ministro das Comunicações Juscelino Filho disse que os cabos ópticos submarinos são responsáveis por 99% do tráfego de dados internacional e pela conectividade global. Ele destacou também a importância do estado. “O Ceará, em especial a cidade de Fortaleza, é que garante a interconexão do Brasil com o resto do mundo. Aqui chegam 17 sistemas ópticos com uma capacidade agregada de centenas de Tbit/s. A Praia do Futuro representa o segundo maior hub mundial de cabos ópticos. Agregado a esses sistemas, vem a implantação de data centers, o que gera trabalho e renda para o município”, afirmou.

Juscelino Filho ressaltou, ainda, a relevância econômica dos cabos submarinos. “O setor de telecomunicações corresponde a aproximadamente 4% do PIB brasileiro e todos os segmentos das telecomunicações influenciam o desenvolvimento econômico e social do país. Não há dúvidas acerca da relevância dos cabos submarinos para a comunicação e a economia do Brasil. Ações e políticas para o avanço e a segurança dessas infraestruturas contarão sempre com o apoio do Ministério das Comunicações”, declarou.

Neuri Freitas, diretor-presidente da Cagece - Companhia de Água e Esgoto do Ceará, explicou que a distância entre cabos e outras infraestruturas foi ampliada de 40 para 500 metros. “A nosso ver, isso está totalmente resolvido, não vamos trazer nenhum risco, buscamos a conciliação. Achamos que não há esse risco já que no continente todos os cabos cruzam com alguma estrutura, como rede de gás, de energia e diversas outras estruturas. A própria Cagece precisa da rede de telecom, a gente precisa conviver para atender a população com água”, afirmou.

Freitas alertou sobre a importância da instalação da usina de dessalinização na Praia do Futuro, alternativa para a escassez hídrica e evitar racionamento. Segundo ele, a companhia está buscando alternativas para conviver pacificamente no local.

Silvano Porto, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica da Cagece, também defendeu a coexistência da usina de dessalinização com os data centers, a partir da alteração no projeto que ampliou a distância entre as estruturas. De acordo com ele, é comum a coexistência em diversos países, como Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, Finlândia e Cingapura.

Existem no local 17 cabos submarinos de oito empresas.



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