Com mais de 28 milhões de acessos por fibra óptica (65% da total de conexões de banda larga, segundo dados da Anatel de junho de 2022), o Brasil é um dos destaques no uso da tecnologia. Mas alguns países da América Latina ainda têm muito a avançar nesse sentido. Para ajudar a mudar esse cenário, a Fiber Broadband Association - Latam Chapter realizará, nos dias 8 e 9 de novembro, a conferência Fiber Connect Latam 2022 em Bogotá, na Colômbia, com o tema “Uso em massa de fibra óptica - Conhecimento da sociedade”, que debaterá questões como o avanço do 5G, a inclusão digital em localidades remotas e rurais e as políticas regulatórias capazes de promover a adoção da redes ópticas, com a participação de representantes do governo colombiano, operadoras, provedores e entidades do setor.

“Há ainda milhares de pessoas sem acesso à Internet e um enorme potencial de implementação de FTTH na região. As últimas análises mostram que os números na América Latina estão abaixo dos padrões internacionais”, diz Nelson Saito, Presidente da Fiber Broadband Association Latam Chapter. Antes da Colômbia, a entidade realizou uma conferência na Costa Rica, em julho. “O evento foi excelente. Houve uma participação muito intensa de todos os players nas discussões e é o que esperamos para o encontro de Bogotá ”, diz. No passado, a associação realizava somente um evento principal por ano. A partir de agora, o objetivo é promover encontros semelhantes nas localidades onde houver maior demanda para desenvolver o mercado de fibra.

Um ranking global compilado pela FTTH Council Europe, com base nas informações obtidas do FCGA - Fiber Council Global Alliance, que congrega as seis entidades irmãs - FBA - América do Norte, Latam Chapter - América Latina, Digital Council Africa - que inclui a África Subsaariana, Fiber Connect Council MENA - Oriente Médio & África do Norte e FTTH Council APAC - Asia Pacifico,  com dados de setembro de 2021, mostra que somente 20 países no mundo apresentam taxa de penetração de FTTH – Fiber to the Home superior a 50%, com destaque para os Emirados Árabes Unidos, com 97%, seguido da Cingapura, com 95,8%; China, com 94%; e Coreia do Sul, com 91%. Além do Brasil, somente Chile (35%) e Uruguai (70%) aparecem no levantamento. “Queremos mostrar na Colômbia o que está acontecendo no resto do mundo em relação a esse processo”, diz.

A chegada do 5G expõe ainda mais a necessidade de uma rede óptica capilarizada para garantir baixa latência dos serviços. “As operadoras lançam o 5G destacando as velocidades extremamente altas, mas para oferecer uma rede Gigabit com latência de 1 ms, é preciso ter uma rede de fibra muito bem estruturada por trás”, diz Saito.

A conferência em Bogotá será realizada em forma de painéis, com a moderação das principais empresas de estudos de mercado, como Omdia e Frost & Sullivan, e participação de líderes executivos das operadoras da Colômbia, como ETB, WOM, Tigo, Claro e Telefónica Movistar. Um dos painéis debaterá o papel da infraestrutura de fibra óptica na implantação do 5G e como um dos pilares da IoT – Internet das Coisas.

Também destaques são os desafios para a conectividade em áreas rurais e remotas, com a participação da Directv Colômbia, Ruralink e Dynamic Spectrum Alliance. “Por uma questão de Capex, sabemos que a fibra não consegue chegar a todas as áreas, criando uma divisão digital na sociedade. Nos EUA, o governo está desenvolvendo um plano nacional para levar  tecnologias de acesso banda larga às regiões rurais. A apresentação de abertura, feita por Gary Bolton, presidente e CEO da Fiber Broadband Association, mostrará o que está sendo feito no mercado americano que poderá servir de exemplo e estímulo a outras regiões”, diz.

No Brasil, o trabalho conduzido pelas operadoras e provedores de Internet foi fundamental para o avanço da fibra óptica em todos os municípios. Em outros países, seja por modelos econômicos ou opções de tecnologia, como no caso da Alemanha, que estruturou uma rede de cobre bastante ampla, estão atrasados no desenvolvimento de FTTH. Na conferência de Bogotá, serão apresentados os números atuais do estudo sobre o mercado LATAM de fibra óptica, realizado pela empresa argentina SMC+, a pedido da Fiber Broadband Association - Latam Chapter, um estudo promovido pela entidade desde 2013.

Outro ponto também importante é a questão da qualidade das conexões. Ou seja, não basta chegar com altas velocidades da fibra na porta da casa. É preciso garantir coberturas internas com o uso de novas soluções, como WiFi 6 e FTTR – fiber to the room.

Mais informações sobre os eventos, sobre a entidade e os trabalhos desenvolvidos podem ser encontradas no site da entidade: https://www.fiberbroadband.org/latamchapter.



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