Segundo dados da consultoria Frost&Sullivan, entre 2016 e 2022, a taxa de crescimento anual composto (CAGR) do segmento residencial de telecomunicações cresceu 4,2%, a maior dentre todos os demais setores. “Entretanto, apesar do estímulo trazido pela rápida expansão do trabalho remoto, o período pandêmico também trouxe uma série de fatores negativos que impactaram diretamente a cadeia de telecomunicação, em especial, no Brasil, que não tem tradição na produção de componentes desse segmento, dependendo assim diretamente das importações”, afirma Filipe Favoto, CEO da Dicomp, fornecedora de equipamentos de telecomunicações, segurança eletrônica, automação, TI e energia solar, com sede em Maringá, PR, centros de distribuição em Itajaí, SC, e unidades comerciais na China e Paraguai.

Atualmente, os chips semicondutores são o quarto produto mais comercializado no mundo, com papel fundamental na produção de smartphones, roteadores, computadores, automóveis, televisores, videogames, dentre outros. “Em 2020, em meio a uma guerra comercial com a China, que teve início em 2017, com o início do governo Trump nos Estados Unidos, o país decidiu restringir a venda de semicondutores aos chineses, que não dominam plenamente essa tecnologia, e eram dependentes das importações para sustentar a produção de itens eletroeletrônicos e de telecomunicação. Como resultado, os fabricantes chineses decidiram estocar o produto durante a pandemia, visando diminuir os impactos na produção”, diz o executivo.

De acordo com ele, esses dois fatores somados (aumento de demanda e guerra comercial entre Estados Unidos e China) levaram à escassez do componente no mundo, impactando de maneira negativa as cadeias cuja utilização é essencial, elevando preços e exigindo dos distribuidores uma boa estratégia para lidar com os estoques.

Para fins de comparação, desde o início da pandemia a Dicomp duplicou o nível de estoque, atualmente composto por mais de 6000 itens, garantindo uma entrega rápida e segura aos parceiros. “Além de alimentar o estoque, também firmamos parcerias com novas empresas internacionais. Afinal, a crise dos semicondutores deixou ainda mais evidente que depender apenas de um único local para produção de matéria-prima ou de um determinado produto é um risco iminente para os negócios”, afirma.

Além dos desafios enfrentados ao longo da pandemia, uma possível e nova crise causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia também pode trazer impactos para a cadeia de telecomunicação. Segundo dados da Trendforce, a Ucrânia é responsável por cerca de 70% do fornecimento de gases nobres, como o neon, fundamental para o desenvolvimento de lasers usados na fabricação de semicondutores. Por outro lado, a Rússia responde por 33% do fornecimento do paládio utilizado na produção de sensores nos Estados Unidos.

O esperado é que a indústria diversifique sua cadeia de fornecedores, buscando diminuir a dependência desses dois mercados, em especial, da Rússia, que enfrenta sanções por parte de diversas potências econômicas.

Para o CEO, os reflexos da crise dos chips semicondutores ainda serão sentidos em 2023, com possibilidade de se arrastar ainda mais, dependendo de como evolua o conflito entre os dois países europeus. “Quanto ao Brasil, ainda iremos sofrer com a escassez de componentes, seja em telecomunicação, seja em outras áreas. E a Dicomp, para reduzir esse impacto, manterá programações de estoque mais agressivas, buscando cumprir com as entregas e o fornecimento das vendas programadas de clientes e parceiros”, finaliza.



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