Natal Pasqualetti Neto*



 

O curso de uma prensa mecânica excêntrica é baseado em um sistema biela/manivela. No sistema, existe uma excentricidade “e” entre o centro do eixo de acionamento e o centro da manivela onde é montada a biela.


 

O curso da prensa é: c = 2 . e


 



 

Construtivamente, o sistema pode consistir em uma manivela ou um eixo excêntrico.

 

 

 

 


 

O movimento do martelo segue uma curva seno-cosseno.

 


 

 

De forma geral, o curso das prensas mecânicas excêntricas é fixo. Porém, em algumas prensas mecânicas excêntricas pequenas é possível alterar o curso.

Para isso, é montada uma bucha excêntrica sobre o eixo excêntrico de forma a alterar a excentricidade “e”.

 

 

 


 

Na condição de curso máximo a bucha é montada de forma que a sua excentricidade fique alinhada com a excentricidade do eixo excêntrico.

 

Nesta condição o curso da prensa será: c = 2 . et

 

 


 

 

No PMS (Ponto Morto Superior = 360°) a excentricidade está toda voltada para cima e no PMI (Ponto Morto Inferior = 180°) a excentricidade está toda voltada para baixo.

 

 

 

 

A alteração do curso é feita ao girar a bucha em relação ao eixo excêntrico. A bucha possui uma parte dentada e, portanto, as regulagens possíveis dependem do número de dentes.

 

 


 

 

Supondo que a parte dentada da bucha tenha 24 dentes, isso significa que a bucha pode ser girada de 15 em 15 graus (360° dividido por 24). A regulagem útil do sistema é de 180°.

 

O problema do sistema é que as posições intermediárias de regulagem perdem o ponto de parada da máquina; o PMS (Ponto Morto Superior = 360°). Isso significa que a prensa irá parar com a ferramenta já descendo.


 

 


 

Exemplo de situação que pode ocorrer com a parada da máquina fora do PMS.

Vamos considerar uma ferramenta fechada, conforme mostrado abaixo.

 

 

1 – Situação desejada

 

 


 

 

2 – Interferência – quando o martelo para na descida, pode acontecer que a posição do punção interfira na passagem da chapa.

 

 


 

 

3 – Punção fora da guia – aumentado o curso da prensa para evitar a interferência no avanço, pode ocorrer que o punção saia da guia, e ao retornar pode ocorrer a quebra do punção.

 

 


 

 

Para a correção do ponto de parada da prensa existem várias possibilidades, conforme o projeto específico da prensa.

 

1 – A prensa não possui sistema para a correção.

Neste caso, a correção do ângulo de parada da prensa deverá ser feita por meio do comando da máquina, por um técnico habilitado e experiente, a fim de evitar acidentes;

 

2 – A prensa possui sistema mecânico para o ajuste do ângulo de parada.

Os sistemas mecânicos de ajuste do ângulo normalmente consistem em uma escala gravada, com correspondência direta ao curso em que foi regulada a prensa;

 

3 – A prensa possui um sistema automático para ajuste do ângulo.

Neste caso a prensa costuma ter um custo maior, mas a correção do ângulo é feita automaticamente.


 

Para obter mais informações é recomendável consultar as normas:

 

 

 


 

 

 

 

 

*Pasqualetti Neto é engenheiro mecânico pós-graduado em Automação Industrial pelo Centro Universitário FEI (São Bernardo do Campo, SP). Sócio Proprietário da NATAL Treinamento e Consultoria – www.natal.eng.br.



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