A Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná está avaliando a viabilidade do uso compartilhado de suas redes de esgoto com a fibra óptica das empresas de telecomunicações. Além de aliviar o congestionamento dos postes nas cidades, a solução poderá servir de backhaul para as robustas e esperadas aplicações 5G. A concessionária tem 38.464 quilômetros de tubulações de esgoto em todo o estado e enorme capilaridade, chegando a mais de 3,1 milhões de unidades consumidoras.

“Os estudos são realizados no âmbito estratégico para que possamos entender as potencialidades e o eventual modelo de negócios”, diz o gerente de pesquisa e inovação Gustavo Possetti. Em 2020, o governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior sancionou a Lei 20.266, que permite a ampliação do escopo de atuação da Sanepar, possibilitando eventuais novas fontes de receita associadas, por exemplo, com a comercialização de energia gerada em suas estações e com a utilização de redes de esgoto para instalação de fibra ópticas.

Esse tipo de compartilhamento de redes já é adotado com sucesso em países como Inglaterra, Espanha, Japão, Estados Unidos e Austrália. As experiências internacionais servem de base para os aspectos técnicos de engenharia do estudo, permitindo compreender as melhores práticas e padrões para lançamento e fixação das fibras ópticas nas redes coletoras de esgoto, os materiais e diâmetros dos tubos mais adequados, as rotinas de operação e manutenção das redes com uso compartilhado, os fatores determinantes para evitar o entupimento de redes e o rompimento das fibras, dentre outros aspectos. Essas experiências mostram, por exemplo, que existem diferentes tecnologias disponíveis no mercado para instalação das fibras ópticas, que podem contar inclusive com a ajuda de robôs e de ferramentas de telediagnóstico para a execução da atividade. As fibras são instaladas, normalmente, em tubos com diâmetros superiores a 200 mm.

Além dos desafios técnicos, a Sanepar também está avaliando as opções de modelos de negócios e comercialização dos serviços que contemplam relações com vários atores, desde o poder concedente dos serviços de saneamento (municípios) até as operadoras e provedores de Internet, bem como está investigando aspectos regulatórios disciplinados pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, ANA - Agência Nacional de Água e Agepar - Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná.

“Estamos conduzindo o processo internamente e dialogando com especialistas, fabricantes, institutos de ciência e tecnologia, financiadores e outros prestadores de saneamento para prospectar parcerias e avançar de forma assertiva com a iniciativa o mais brevemente possível”, diz o gerente. De acordo com ele, os estudos vão prosseguir de forma intensa nos próximos meses.

Companhia de capital misto com ação na Bolsa, a Sanepar atua em 345 municípios do Paraná e em Porto União, SC, com 100% de atendimento nos serviços de água. Já em esgoto, o índice de universalização é de cerca de 74%, acima da média nacional, da ordem de 53%. Todo o esgoto coletado pela empresa é tratado, sendo que a média nacional é de apenas 46,5%.  “Adotamos a inovação para a sustentabilidade como ferramenta para aprimorar constantemente nossos processos, investigar novas perspectivas e gerar valor para a sociedade”, finaliza Possetti.



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