Entrou em operação no dia 21 de outubro o Sirius, em Campinas, SP, uma infraestrutura de pesquisa única, estratégica para a investigação científica de ponta e para a busca de soluções para problemas globais, em áreas como saúde, agricultura, energia e meio ambiente. Projetado e construído por brasileiros e financiado pelo MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o Sirius é uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo, uma estrutura aberta de pesquisa, às quais as comunidades científica e industrial terão acesso. A primeira estação experimental é a Manacá. Outras cinco linhas de luz (Carnaúba, Cateretê, Ema, Ipê, Mogno) seguem em fase avançada e deverão ter montagem concluída até o final deste ano. A primeira fase do projeto prevê a instalação de um total de 14 estações de pesquisa até o final de 2021.

Sirius é um grande equipamento científico, composto por três aceleradores de elétrons, que têm como função gerar um tipo especial de luz: a luz síncrotron. Essa luz de altíssimo brilho é capaz de revelar estruturas, em alta resolução, dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, ligas metálicas e outros.

A luz síncrotron é obtida a partir da aceleração de elétrons a uma velocidade próxima da luz (300 mil km/s). Os feixes de elétrons com uma espessura 35 vezes menor que um fio de cabelo percorrem tubulações mantidas em condições de ultra-alto vácuo, ainda mais livres de impurezas e obstáculos que as encontradas no vácuo espacial. A trajetória desses elétrons é guiada por 1000 ímãs distribuídos ao longo de toda a circunferência de 518 metros. Cada vez que, pela força magnética, são obrigados a fazer curvas, eles emitem luz síncrotron.

Esta luz, emitida em um feixe extremamente brilhante e concentrado, permite a realização de experimentos nas mais variadas áreas do conhecimento científico, com aplicações em campos também bastante variados, como saúde e medicamentos, exploração de petróleo, bioquímica, energia, nanotecnologia, agricultura, paleontologia, entre muitas outras. Esses experimentos são realizados nas estações de pesquisa, chamadas linhas de luz.

As linhas de luz funcionam de forma independente entre si, e permitem que diversos grupos de pesquisadores trabalhem simultaneamente. A Manacá, primeira linha de luz do Sirius a receber propostas de pesquisa, é dedicada a estudos de moléculas biológicas. A partir de agora, pesquisadores experientes no uso da tecnologia síncrotron, vindos do Brasil e de todo o mundo, são convidados a submeter suas propostas de pesquisa.

Projetado por brasileiros, o Sirius tem cerca de 85% de seus recursos investidos no país, seja em suas equipes internas ou em parceria com empresas nacionais. Além da construção civil, foram estabelecidos contratos com mais de 300 empresas de pequeno, médio e grande portes, das quais 45 estão envolvidas diretamente em desenvolvimentos tecnológicos, em parceria com o CNPEM - Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais.



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