A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Braskem lançaram uma chamada de propostas para a seleção de parceiros para a constituição do Centro de Pesquisa de Plasticultura. O objetivo do novo centro será apoiar e desenvolver projetos de pesquisa científica e tecnológica que envolvam soluções plásticas em polietileno (PE), polipropileno (PP) e/ou poli(cloreto de vinila) (PVC) para a produção no meio  rural.

 

Objetivo do novo centro será desenvolver soluções plásticas em polietileno (imagem), polipropileno e PVC (Fapesp)

 

A proposta selecionada receberá, por um período de dez anos, recursos de até R$ 1,6 milhão anuais, divididos entre a Fapesp e a Braskem, para desenvolver um centro de pesquisas sobre cultivo agrícola auxiliado por plásticos, denominado plasticultura, voltado para soluções disruptivas em segurança alimentar e superação de barreiras ligadas às mudanças climáticas. Pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa do estado de São Paulo podem enviar propostas até o dia 24 de maio de 2021.

 

As soluções plásticas têm impacto importante no agronegócio. São utilizadas desde o armazenamento de sementes em silos plásticos, passando pela cobertura de lavouras até nas embalagens que protegem os alimentos no transporte para a cidade. Segundo Ana Paiva, responsável pelo desenvolvimento de mercado para o agronegócio da Braskem, “Buscamos e queremos estimular pesquisas que tenham como objetivo o aumento da produtividade, a redução de desperdício e o aumento da oferta de alimentos a partir da inovação em soluções plásticas. O nosso foco é o campo, o produtor rural, não o varejo ou a casa do consumidor”.

 

De acordo com o edital da chamada, as entidades propõem-se a fomentar a criação do centro para o desenvolvimento de soluções de plasticultura definidas a partir de cinco megatendências:

 

Esses cinco aspectos, apesar de serem tendências globais, possuem forte impacto no agronegócio e estão mudando as formas de fazer negócios, gerando novas oportunidades, novas demandas e mercados, e consequentemente, “novos consumidores”.

 

Ainda de acordo com a executiva, o novo centro busca uma combinação de três tipos de pesquisa: disruptivas e com o desenvolvimento de soluções que disponibilizem um salto produtivo no agronegócio; modificações de uma solução plástica já existente; e a validação de soluções já existentes em uma determinada cultura agrícola e que possam ser exploradas em outros cultivos também.

 

Nosso interesse é que as propostas tenham 40% das pesquisas dos tipos disruptivas ou de modificações e 60% dedicadas à validação de soluções para um número diferente de culturas agrícolas. Sabemos que pesquisas disruptivas são mais complexas e demandam mais tempo, mas temos também interesse em pesquisas que tenham resultados mais rápidos. Por isso é importante fazer uma combinação de pesquisas que possibilitem a geração de resultados no curto, médio e longo prazo”, completou Paiva.

 

Há também o interesse de que as soluções tenham como base o cenário agrícola brasileiro. As soluções desenvolvidas devem ter aplicação em uma ou mais das seguintes atividades agrícolas: silvicultura (eucalipto e pinus, produção de orgânicos em larga escala, cultivo protegido), aquicultura (peixes e camarão), redução de perdas de alimento durante o cultivo e promoção da produtividade de produtos agrícolas.

 

Tendências do agronegócio brasileiro

A avaliação dessas megatendências apontadas para o agronegócio para o ano de 2030, deixa claro o potencial aumento da população e também mudanças em sua estrutura.

 

É esperado o envelhecimento populacional nos próximos anos e a expectativa de aumento de migração do campo para as cidades, ocasionando redução da mão de obra nas lavouras. Além disso, um dos maiores problemas globais continua sendo as mudanças climáticas, que têm um impacto muito forte no agronegócio. Por isso buscamos e queremos estimular pesquisas que tenham como objetivo a maior oferta de alimentos, facilitando o acesso das pessoas a eles e visando não só o aumento da produção, mas também a redução do custo pela diminuição de perdas ou desperdícios. Buscamos ainda soluções que possam barrar os impactos das mudanças climáticas, a redução do uso de água e energia e a busca por alimentos mais saudáveis, com diminuição e uso de agroquímicos e fertilizantes”, reforçou Paiva.

 

O Centro de Pesquisa de Plasticultura deverá ser abrigado em uma universidade ou instituição de pesquisa no Estado de São Paulo, que apoiará e designará o pesquisador responsável pela iniciativa e será responsável pela coordenação científica e administrativa do projeto.

 

Roberto Marcondes Cesar Junior, membro da coordenação do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), da Fapesp, ressaltou que as propostas precisam definir um foco científico e tecnológico comum para o centro, articulando todas as atividades de pesquisa a serem desenvolvidas. “Um centro não é a coleção de bons pesquisadores interessados cada um em fazer a pesquisa que está a fim. As pessoas têm a liberdade de fazer suas pesquisas, mas elas precisam ser orientadas para uma finalidade comum e relacionada ao objetivo do centro. Por isso é muito importante que ao construir a proposta seja demonstrada a existência de um trabalho coordenado”.

 

O webinário de lançamento da chamada de propostas para a constituição do Centro de Pesquisa em Engenharia em Plasticultura Braskem-Fapesp pode ser acessado, na íntegra, em https://fapesp.br/14805/.

 

(Foto: Fapesp)

#centrodepesquisas #plasticultura #agronegócio

 

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