O  Instituto Tecnológico del Plástico (Aimplas) (Espanha) está coordenando o projeto Sparta, com a participação da Tekniker, com objetivo de encontrar, até 2022, um novo método de reciclagem e reprocessamento de materiais compósitos termoplásticos que reduza a quantidade de resíduos gerados pela indústria aeroespacial, bem como o seu impacto ambiental. Além de estabelecer como meta o projeto de métodos de fabricação mais amigáveis ao meio ambiente.

 

De acordo com o instituto, a indústria aeroespacial está aumentando o uso de compósitos por conta das vantagens que essa classe de materiais oferece em termos de redução de massa e resistência mecânica. Entretanto, uma de suas desvantagens é a complexidade de reciclá-los. Como medida para balancear esse problema, ambos os centros desenvolverão um novo método de reciclagem para os principais procedimentos de processamento e reprocessamento de resíduos.

 

A Tekniker (também sediada na Espanha) contribuirá com a experiência em corte mecânico para o desenvolvimento e otimização de um processo de sucateamento mecânico, por meio de simulação e experimentação, ao passo que o Aimplas se concentrará na melhoria do reprocessamento de materiais por deposição automática e moldagem por compressão.

 

Para eles, estima-se que este método tornará possível usar até 80% dos resíduos aeroespaciais atuais (em comparação com outros métodos de reciclagem mecânica), reduzir o número de etapas na recuperação de resíduos (consequentemente, reduzir o tempo de processamento em até 50%), usar métodos automatizados mais eficientes, reduzir emissões de CO2 em até 30% com o aproveitamento de resíduos e coibir a demanda de produção de material virgem.

 

O resultado desse projeto será a obtenção de novos compósitos termoplásticos com altos índices de qualidade fabricados com materiais reciclados a um custo de produção de 15 a 20% menor do que o referente aos atuais procedimentos de reciclagem mecânica e reprocessamento de sucata.

 

Além disso, o Aimplas também se responsabilizará pela análise das propriedades do produto final, bem como pela elaboração de um guia com recomendações de eco-design para escalonamento industrial do processo. O projeto, que começou no segundo semestre de 2020 tem previsão de término em outubro de 2022 e recebeu financiamento do programa de pesquisa e inovação da União Europeia Horizon 2020.

 

Recuperação de CO2

O Aimplas também coordena o projeto Carmof, iniciado em 2018, por meio do qual foram desenvolvidos nanomateriais e membranas que aumentam a eficiência de captura de carbono, e espera-se que sua instalação piloto, dividida em duas plantas industriais na Grécia, capture cerca de 450 toneladas de CO2 por ano.

 

O projeto trabalha na construção de dois demonstradores industriais customizados que combinam estruturas de nanomateriais impressos em 3D com membranas seletivas para capturar e separar CO2. Os demonstradores serão instalados em duas instalações industriais também na Grécia: uma planta de produção de hidrogênio na indústria petroquímica e uma fábrica de cimento.

 

Como a planta de hidrogênio libera gases com concentração de CO2 de 17%, prevê-se uma capacidade de captura de 350 toneladas por ano. Esta instalação será automatizada e equipada com sensores para que possa ser operada por controle remoto. A capacidade prevista da fábrica de cimento é de 91 toneladas de CO2 por ano. Dentre os motivos dessa implementação está a captura de carbono para o desenvolvimento de novos materiais.

 

Fotos: Aimplas

 

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