Ao longo dos últimos 20 anos, o mercado nacional de usinagem – e, consequentemente, de fluidos de corte – teve a oportunidade de amadurecer, com o ingresso de novas máquinas-ferramenta e de processos mais complexos. Esta é a avaliação da multinacional de origem suíça Blaser Swisslube, fabricante de fluidos de corte para usinagem (chamados de “ferramentas líquidas”), que completou duas décadas de atuação no Brasil.

Nesta entrevista concedida pelo diretor Alessandro Erich Alcantarilla para Máquinas e Metais, foi ressaltada a preocupação da empresa com o impacto ambiental das operações de usinagem e foram elencadas as ações que a Blaser encabeça com o intuito de evitar esses danos. “O mercado brasileiro tem se desenvolvido neste sentido, porém, ainda temos um longo caminho até atingirmos o nível de conscientização que entendemos ser ideal”.

Mundialmente, a Blaser Swisslube emprega cerca de 600 pessoas e está presente em mais de 60 países, por meio de subsidiárias e parceiros de negócio. Sua matriz está localizada em Hasle-Rüegsau, Suíça, com plantas produtivas na Suíça e EUA. Leia mais a seguir.


Máquinas e Metais - Qual o balanço que a Blaser faz desses 20 anos de atividades no Brasil? Como era o segmento de usinagem e como está hoje, é possível fazer uma comparação?

Alessandro Erich Alcantarilla - A empresa se desenvolveu de forma bastante satisfatória, conquistando vários clientes importantes, consolidando sua estratégia em oferecer uma gestão integrada de fluidos para usinagem baseada em sua Ferramenta Líquida* (*marca registrada pela empresa). Nos baseamos em três pilares: Pessoas (know-how), Produtos (altíssimo desempenho) e Serviços (excelência no atendimento). O segmento de usinagem no Brasil também se desenvolveu bastante com a introdução de novas máquinas com novas tecnologias, demandando cada vez mais da qualidade e do desempenho dos fluidos. Isto também tem contribuído, ao longo dos anos, para que a Blaser se desenvolva e ocupe lugar de destaque no segmento em que atua.  

MM - Qual fatia do mercado de fluidos de corte corresponde aos produtos da Blaser?

AEA - Temos uma participação importante dentro do mercado potencial para nós. Chamamos de mercado potencial aquele composto por empresas que buscam e compreendem que a função e a responsabilidade dos fluidos vai muito além da lubrificação.

MM - A empresa sempre demonstrou sua preocupação com o impacto ambiental das operações de usinagem ao, por exemplo, recomendar o uso de MQL (mínima quantidade de lubrificação) em determinados processos. Quais outras ações a empresa conduz com relação à reciclagem ou descarte dos produtos?

AEA - A preocupação com Saúde, Segurança e Meio Ambiente faz parte da cultura e da filosofia de trabalho da Blaser desde sua fundação em 1936. Como ações complementares nesta área podemos citar: investimentos em pesquisa e desenvolvimento de fluidos com base em fontes renováveis; nosso foco em produtividade e otimização dos processos, o qual também foca a redução do consumo do produto concentrado; nossas parcerias com empresas especializadas em tratar os fluidos após o uso; e nossos treinamentos constantes aos clientes, que têm como objetivo o aumento da conscientização e responsabilidade no manuseio, utilização e descarte dos mesmos, dentre outras.

MM - Vocês avaliam que o mercado brasileiro tem essa conscientização quanto ao melhor uso dos fluidos de corte?

AEA - O mercado brasileiro tem se desenvolvido neste sentido e entendemos que hoje se encontra em um nível melhor quando comparado a alguns anos atrás. Porém, ainda temos muito espaço para nos desenvolver e crescer. O caminho até atingirmos o nível de conscientização, o qual entendemos ser o ideal, é longo.

MM - Quais os planos futuros da Blaser no País? Há intenção de expandir os negócios aqui?

AEA - A subsidiária brasileira da Blaser tem ganho importância no grupo, devido aos excelentes resultados obtidos nos últimos anos, fazendo com que planos de expansão estejam em fase de análise. Continuamos honrando nosso propósito e compromisso com o Brasil consolidando, dia a dia, um mercado que tem se mostrado cada vez mais importante e promissor.

MM - Como a empresa vem conduzindo seus treinamentos para o público em geral?

AEA - A Blaser sempre foi muito atuante com relação à multiplicação de conhecimento, tanto para clientes, parceiros e entidades de ensino como para os próprios colaboradores. Treinamentos e seminários, internos e externos, sempre estiveram presentes em nossas rotinas e fazem parte de nossa incessante busca pela excelência na prestação de nossos serviços. Recentemente aprimoramos nossas plataformas, abrangendo diversas ferramentas virtuais, o que tem nos dado a possibilidade de continuar atuando fortemente na disseminação do conhecimento, mesmo diante de um cenário bastante desafiador como este que estamos vivenciando.

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