A Vale inaugurou em Nova Lima, MG, uma planta piloto de concentração magnética de minérios de baixo teor de ferro, sem o uso de água. A tecnologia brasileira, conhecida pela sigla em inglês FDMS - Fines Dry Magnetic Separation, é única no mundo e foi desenvolvida pela New Steel, empresa comprada no fim de 2018. O piloto, que custou US$ 3 milhões, é o primeiro passo para a construção de uma planta industrial, que terá capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano. O investimento no projeto é de aproximadamente US$ 100 milhões e o start up da planta comercial está previsto para 2022.
A Vale estima que, em 2024, 1% de toda a produção da empresa seja feita por meio do uso da tecnologia, que já tem patente reconhecida em 59 países. “A NS-03 é uma planta semi-industrial que tem por objetivo a realização de testes em escala piloto com diferentes minérios, permitindo a definição de parâmetros operacionais para projetos de escala comercial”, explica o presidente da New Steel, Ivan Montenegro.
A planta é a segunda a entrar em operação. Entre 2015 e 2017, uma unidade operou na mina de Fábrica, em Minas Gerais. Os bons resultados foram fundamentais para que a Vale enxergasse o potencial do FDMS. A nova planta-teste será capaz de concentrar 30 toneladas por hora de minério a seco, utilizando a tecnologia de separação magnética, feita por meio de ímãs de terras raras.
Com a New Steel, a Vale estima que, em 2024, 70% da produção seja beneficiada a seco ou a umidade natural, sem adição de água no processo de beneficiamento e sem uso de barragens de rejeito. Hoje, o percentual de minério de ferro processado a umidade natural pela empresa chega a 60%. Dos 30% da produção a úmido restantes em 2024, porém, 16% terão rejeitos filtrados e empilhados a seco. Apenas 14% da produção continuará sendo processada pelo método convencional, de concentração a úmido e destinação em barragens ou cavas de minas desativadas. Para isso, a Vale vai investir nos próximos anos US$ 1,8 bilhão na filtragem e no empilhamento a seco.
A New Steel consegue entregar um concentrado de até 68% de teor de ferro, a partir de minérios pobres, com até 40% de ferro, dependendo de sua composição química e mineralógica. Atualmente, essa concentração é realizada pelo método conhecido como flotação, que usa água. Na flotação, o rejeito é usualmente depositado em barragens. Com a tecnologia de concentração a seco, os rejeitos serão empilhados. A empresa já estuda formas de utilizá-los como insumo na indústria de construção civil, além de outras iniciativas como coprodutos.
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